Uber, Netflix, Spotify, Airbnb, Snapchat, Paypal, EasyTaxi e Buscapé. Todas essas marcas, que vivem em nosso cotidiano atualmente, um dia foram startups. Todas elas mudaram nossos hábitos e impactaram negócios já instituídos, destronando organizações e transformando radicalmente o modelo de negócio vigente. Registramos um boom no número de startups no mundo e no Brasil, isso significa que vivemos uma momento incrível da humanidade para transformações ainda mais radicais do que já tivemos até agora.
O termo "startup" ganhou notoriedade a partir da chegada da internet em nossas vidas. Desde então o número de organizações e instituições que investem recursos nas startups tem aumentado muito em todo planeta. Eu fui no SmartCamp, que é uma competição global de startups. Passei um dia na competição brasileira do SmartCamp onde fiz um vídeo para ver como funciona essa história de competição de startups. Foram 200 startups inscritas e apenas 7 delas chegaram na grande final. Elas receberam a atenção de um grupo de 32 mentores, composto por executivos, Venture Capitals, aceleradoras, incubadoras, empreendedores de sucesso, agências de comunicação e até o Cônsul de Israel. Espero que curta.
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quarta-feira, 30 de novembro de 2016
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
Se você tem medo de alguma coisa, se joga nela
Eu tenho um colega de
longa data que tem muito medo de altura, uma espécie de vertigem. É um
cara que não chega perto de parapeito de janela, porque as pernas
começam a tremer. Há anos, ele me diz que sente isso desde criança e
lamenta ter perdido muitas oportunidades legais de fazer coisas
diferentes por conta desse medo pré-estabelecido. Antes mesmo de tentar,
sabendo que sentiria medo, ele tomava a decisão de recusar experiências
ou fazer coisas simples, como, por exemplo, vivenciar uma experiência
numa montanha russa, coisa que ele nunca teve coragem de fazer… até
encarar uma aventura que mudou a sua vida.
Há cinco anos, numa sexta-feira, ele me
chamou para almoçar, porque tinha algo para contar. Disse que havia
decidido realizar algo radical para romper a tal síndrome do medo de
altura. Olhei para ele com cara de desconfiança e falei: “Okay, mas e
aí? O que você vai fazer?”. Ele sorriu um sorriso nervoso, sem graça, e
contou que havia decidido pular de paraquedas. Eu ri muito pensando que
aquilo era uma piada, mas ele terminou dizendo que o salto de paraquedas
seria realizado no dia seguinte pela manhã. Contou que havia tomado a
decisão meses antes, sozinho, e depois seguiu com o plano: pesquisou as
alternativas, contratou o serviço, recebeu orientações a respeito do
procedimento e agora estava tudo pronto. No sábado ele estaria
realizando um salto duplo de paraquedas, agarrado num paraquedista
profissional, se jogando de avião no interior de São Paulo.
Aí perguntei: “Mas você está pronto?”. Ele
respondeu imediatamente: “Eu estou super pronto, mas morrendo de medo. A
minha mulher me pede todos os dias para eu pensar melhor”. Rimos um
bocado e dei um enorme abraço nele pela coragem de fazer algo tão
radical.
No sábado à tarde, recebi uma mensagem com
fotos dele saltando no infinito, cenas incríveis para quem tinha
dificuldade de encarar a janela do prédio onde mora. No fim da mensagem
uma frase mágica: “Foi a melhor experiência da minha vida”.
Cinco anos depois daquele salto de
paraquedas, há uma semana, nós saímos para almoçar mais uma vez e
celebrar algo muito especial. Durante esse período o meu amigo voltou a
saltar mais vezes de paraquedas, aliás, muito mais vezes. O que era um
desafio virou vício. Em pouco tempo, ele deixou de saltar acompanhado e
passou a saltar sozinho, não somente no interior de São Paulo, mas em
outras cidades no Brasil e no mundo. Também experimentou outras opções
de salto, como parapente e asa delta. Há dois anos ele enfrentou pela
primeira vez uma montanha russa, foi num parque da Disney World com a
esposa e filhos. Ele disse que as pernas tremeram assim que sentou no
carrinho do brinquedo. Saiu de lá com as pernas ainda trêmulas, mas
entrou de novo na fila da mesma montanha russa. Naquele dia, ele andou
naquela montanha russa mais de dez vezes em sequência e comemorou a
vitória. Saiu dos parques da Disney tendo andado em todas as montanhas
russas… todas! O medo de altura virou paixão pela altura, mesmo que suas
pernas ainda enverguem quando ele aproxima do parapeito da janela de
seu apartamento.
Perguntei se ele ainda tem medo de altura.
Ele respondeu: “Muito medo, minhas pernas tremem e sempre acho que vou
desmaiar”. E retruquei: “Mas porque você não sente nada quando pula de
paraquedas? Qual é a magia?”. Ele respondeu: “Eu sinto, mas não sei o
que acontece. Antes de saltar, ainda dentro do avião, o meu coração fica
acelerado e estou apavorado de medo. Às vezes, me pergunto porque estou
ali. Mas depois, já nos primeiros segundos no ar, eu entro em outra
dimensão e sinto a melhor sensação da minha vida. Estou saltando há
quase cinco anos e a sensação de cada salto é exatamente a mesma que
tive no primeiro salto: um medo imenso seguido de um enorme prazer. Não
consigo descrever. É uma espécie de vício”.
Esse meu colega, que preservo o nome aqui,
teve um enorme crescimento pessoal e profissional desde então. Ele é
realmente outra pessoa. Era um sujeito acanhado, inseguro e
introvertido. Ao longo desse tempo, simultaneamente aos saltos de
paraquedas, ele passou a fazer coisas que não fazia antes: fez um curso
de história, que era um sonho antigo, mudou de profissão entrando numa
área completamente nova para ele, morou seis meses sozinho – longe da
família – por conta de um curso que desejava fazer e outras coisas que
não cabem citar aqui. Ele realmente virou uma lição de vida para mim.
Mudar de profissão e morar no exterior, longe da família, são
iniciativas que dão medo, como o salto de paraquedas, mas ele tomou
coragem e enfrentou esses medos.
Nesse último almoço, voltando a falar
sobre o enfrentamento do medo no salto de paraquedas e sobre outras
decisões que contei acima, ele me disse a frase mágica que grudou na
minha mente: “Aprendi uma coisa: se você tem medo de alguma coisa, se
joga nela”.
A mensagem do meu colega nunca foi tão
atual. No momento da sociedade em que vivemos, com tudo se transformando
de forma acelerada e dogmas sendo derrubados, com profissões
desaparecendo e se transformando, negócios tradicionais derretendo e
novos negócios surgindo, a todo o momento temos a chance de pular de
paraquedas em algum abismo que desconhecemos. Nós somos desafiados todos
os dias a mudar, mas instintivamente reagimos à mudança porque nos
sentimos inseguros quando enfrentamos o desconhecido, o novo e a
incerteza. Em vez de nos lançarmos, nós nos recolhemos. Enfim,
precisamos pular mais de paraquedas.
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