segunda-feira, 22 de agosto de 2016

O dilema dos millenials


Os millennials são superficiais, narcisistas, arrogantes, egocêntricos e impacientes. Por outro lado eles são ousados, flexíveis, adaptáveis, tecnológicos e abraçam a diversidade. A polêmica reveste qualquer discussão sobre a geração Y.

Independentemente da opinião de cada um, a certeza é que os millennials formam uma geração que vive em pleno paradoxo. Trabalhar com essa geração é sinônimo de desconforto constante. Uma pesquisa mostrou que dois entre cada três millennials pensam em deixar o emprego nos próximos três anos. Ou seja, sabe aquele jovem que senta do seu lado no trabalho? Ele não para de pensar em mudar de emprego.

Nesse vídeo eu conto um pouco mais sobre os millennials. Só espero que ninguém fique enfezado comigo.

No final, eu dou alguns conselhos para quem é millennial, chefe de millennial e executivo de empresa. Seria legal saber a sua opinião. Deixe nos comentários.


  
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segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Todos seremos YouTubers




Tudo começou ano passado, quando meu filho me apresentou o Casey Neitast, um dos maiores fenômenos do YouTube em 2015. Ele me mostrou um vídeo dele e nunca mais deixei de acompanhá-lo. Casey é realmente um caso único, ele publica um vídeo por dia desde o início, sempre de alta qualidade. Hoje, tem quase quatro milhões de seguidores e cresce a uma taxa de 10 mil novos seguidores por dia!!! Sim!!! 10 mil novos assinantes de seu canal por dia!
   
Desde então passei a assistir esporadicamente alguns outros YouTubers. Conheci a Jout Jout, magnetismo puro, o Louis Colen e o maravilhoso canal Post Modern Jukebox. Assim atravessei os primeiros meses de 2016… mas algo começou a acontecer a partir de maio.
   
Em meados de maio, eu recebi um convite para um Festival de YouTubers patrocinado pela Coca-Cola e Vevo. Ôpa, se tem Coca-Cola e Vevo então deve ser coisa boa. Era um convite individual e falava em seis nomes que eu não tinha ideia de quem eram: Sofia Oliveira, Tauz, Gabi Luthai, Mariana Nolasco, Mussoumano e um tal de Whindersson Nunes.



Como posso ser convidado para um festival e não conhecer nenhuma das estrelas? Isso era inadmissível. E lá fui eu atrás do Whindersson Nunes. Entrei no YouTube para conhecê-lo. Digitei seu nome na linha do Google e apareceram milhões de entradas. Loucura !! Assisti ao vídeo de boas vindas dele e a primeira impressão não foi legal. Mas aí eu assisti mais um vídeo, o segundo, o terceiro… e me juntei ao país que segue o Whindersson. Quando entrei para vê-lo, ele tinha 8.798.341 seguidores, e segundos depois ele já tinha 8.798.342: era eu! Hoje, pouco tempo depois, ele tem quase 11 milhões de seguidores. O país segue Whindersson.
  
Em junho, o avião pousa em Sampa para uma semana de trabalho e eu me deparo com todos os relógios nas ruas da cidade veiculando publicidade de YouTubers. A querida Jout Jout, que tanto sigo e admiro, estava lá, olhando para mim em cada esquina. Aquilo não era algo comum. Publicidade é para artistas de TV, não para YouTubers. Olha o preconceito me dominando!
  
Veio o final de semana, ainda em São Paulo, e decido passear na feira de antiguidades da praça Benedito Calixto. Surpreendentemente eu avisto numa das barracas a Jout Jout com o seu Caio. Eu e minha esposa ficamos entusiasmados e fomos lá namorar a Jou Jout e o Caio, que nos receberam quase como membros honorários de sua família. Ficamos encantados!!! Aliás, até agora estamos encantados ainda com aquele singelo encontro. Vivemos a sensação de termos encontrado amigos de longa data. Tiramos fotos e pajeamos a Jout Jou como não faríamos com qualquer artista da Globo.

Ainda em junho (junho foi um mês fértil!!!) leio que vários YouTubers foram convidados para a Bienal do Livro 2016 em São Paulo, que vai rolar de 26 de agosto a 4 de setembro. Explorando a notícia lida, descubro que YouTubers estão se tornando autores de livros e obtendo sucesso, tornando-se verdadeiros influenciadores muito além dos vídeos que produzem. Por outro lado, autoras juvenis como Thalita Rebouças e Paula Pimenta, que já são conhecidas por seus livros impressos, também estão explodindo com seus textos em blogs e redes sociais. Está tudo se misturando!
  
Em determinado momento, me falaram que eu precisava conhecer a Thaynara OG no Snapchat. Me disseram que ela tem mais de um milhão de seguidores no aplicativo, publicando fotos e vídeos, todos os dias, que desaparecem em 24 horas. E lá fui eu buscar a Thaynara OG. Li numa matéria em jornal que ela tem cerca de 400 mil visualizações diariamente no Snapchat. Como posso ter vivido a minha vida toda sem conhecer a Thaynara OG? Agora me juntei à tribo da Thaynara OG. Não sei bem o motivo, mas não dá para entrar no Snapchat sem saber o que ela está fazendo. Ahhh, e ela também tem mais de um milhão de seguidores no Instagram.
  
Início de julho, ao abrir uma revista qualquer, me deparo com um anúncio de página inteira falando do lançamento do ano: o álbum de figurinhas Capricho YouTubers, os 17 nomes que estão bombando nas redes agora em figurinhas para nós colecionarmos. O primeiro álbum com tecnologia “mobile view“. Uau!! Vou ter acesso a fotos exclusivas e vídeos inéditos dos nossos ídolos no celular!



Final de julho, a Snack publicou um ranking dos Top 10 YouTubers do mundo. Nessa super lista aparecem quatro YouTubers brasileiros. E lá está o Whindersson Nunes de novo, em segundo lugar. Em seguida, surge o Felipe Neto na terceira posição. A pesquisa, realizada em junho, não é um ranking montado apenas com base no número absoluto de inscritos no canal, mas considera poder de influência, métricas de engajamento (comentários, likes e compartilhamentos), visualizações, frequência de publicação, atividade do canal e outros pontos. Ou seja, estamos falando de campeões de influência e engajamento no mundo digital.



 Nelson Botega, sócio e fundador da Snack afirmou: “Ter dois dos três YouTubers mais influentes no mundo só mostra a força e o tamanho do mercado de vídeo online no país. Uma marca que queira atingir o coração da audiência não pode estar fora desse universo”. Ele está super certo. Não dá para ficar indiferente ao que está acontecendo. Esse não é um fenômeno efêmero.  Tem uma mudança enorme acontecendo e precisamos entender o que é isso.
   
Atualmente o YouTube tem mais de um bilhão de usuários. Centenas de milhões de horas de vídeos são visualizadas a cada dia. O crescimento no tempo de visualização no YouTube tem acelerado e crescido a uma taxa de 50% ou mais nos últimos três anos, enquanto o número de pessoas assistindo à rede social tem aumentado em 40% y/y desde março de 2014. Essas são estatísticas providas pelo próprio YouTube e que mostram a força do meio.
   
Para a grande maioria das pessoas, criar um canal no YouTube ainda é uma atividade informal e despida de grandes expectativas. Você automaticamente se transforma num YouTuber ao publicar conteúdo regularmente em seu canal, mas alcançar sucesso de audiência exige muito mais do que sorte. Muitos olham os YouTubers famosos de forma negligente, mas esse é um viés equivocado de olhar o que está ocorrendo. Muitos dos Top YouTubers são talentosos, criativos, ousados, excepcionais comunicadores e produzem conteúdo de valor. Você pode até não gostar do estilo de alguns deles, ironizar o valor do conteúdo produzido, mas esteja certo de que eles não estão alcançando o sucesso de forma casual. Isso pode ter acontecido no início da decolagem de alguns canais, mas depois o sucesso veio através de muito esforço, ralação, seriedade, ousadia e passos muito bem planejados.
   
Por fim, lendo uma matéria na Exame Online, descobri que o Whinderson Nunes tem uma receita anual de até U$ 2,9 milhões. Fiquei motivado. Descobri que nasci para ser YouTuber. Olhando os números no dia em que escrevo esse post, eu já tenho o meu canal com 1.315 inscritos. Whindersson, prepare-se, tô chegando !


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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Os executivos desaprenderam a pensar

Esta é uma provocação sobre a agenda dos executivos, mas provavelmente você vai se identificar com tudo que falo abaixo.

Vivemos uma época em que todos falam de inovação e criatividade dentro das empresas, para isso é fácil constatar que precisamos trabalhar diferente, a começar pela agenda dos executivos. Num evento recente de mercado do qual eu participei, durante um café com vários executivos, o papo foi a velha discussão da agenda lotada de todos. Todos, sem exceção, reclamando da falta de tempo, da agenda extenuante e da tungada na vida pessoal por conta da loucura da vida profissional. Por outro lado, todos falando também da necessidade de inovar e fazer coisas diferentes.

Posso ser simplista aqui, mas tudo começa pela agenda de cada um de nós. Tipicamente, negligenciamos o poder que temos de montar conscientemente a agenda diária de trabalho que precisamos. O segredo do sucesso ou do fracasso começa nela. A sua capacidade de se desenvolver, inovar e pensar diferente precisa de espaço na agenda.

A maioria dos executivos tem dificuldade em lidar com agendas vazias. A rotina dessa turma inclui muitas horas montando relatórios, apagando incêndios, respondendo e-mails, muitas vezes irrelevantes, participando de reuniões intermináveis, ou seja, é um festival de tempo perdido. Aceitemos ou não, mas a cultura corporativa das empresas, em geral, está impregnada de amor pela hierarquia e de excesso de controles. A culpa disso tudo é dos executivos.

O que vou falar a seguir vale para todos os perfis de empresas, de qualquer segmento, de qualquer tamanho. Eu conheço executivos que delegam a sua agenda totalmente para a secretária, que vivem com a sensação de estarem sendo improdutivos quando a agenda está vazia, que vivem trancados em salas de reunião e não conseguem circular pela organização para falar com as pessoas ou com seus clientes. São executivos que não fazem reuniões com eles próprios… sozinhos! São líderes que não têm espaço na agenda para pensar. Quando o espaço surge, quase que por encanto, eles são usados para ver e-mails. Uma grande parte desses líderes afirma que a vida de executivo é assim mesmo: “agenda cheia e sem vida pessoal”. São gestores que adoram controle e, por isso, a agenda fica cheia de reuniões para controlar as coisas, para rever planilhas de projetos repletas de células com responsáveis, datas, prazos e status. Essa é uma rotina interminável, porque por trás de uma planilha, sempre tem outra planilha.

Mas qual é o caminho? A resposta está em duas palavras: desapego e coragem!

Desapego! Palavrinha que não aparece muito no dicionário corporativo. O segredo de uma agenda livre começa pelo executivo ter desapego por saber de tudo que está acontecendo em sua organização, desapego por planilhas, que muitas vezes nem entendemos direito, desapego por apresentações em powerpoint longas e complexas… enfim, desapego por tudo que esteja relacionado com controle excessivo. O controle é diretamente proporcional à falta de confiança nos subordinados e à tradicional dificuldade de delegar. Outras vezes é o velho cacoete do chefe querer por a mão na massa por achar que faz melhor que o seu time. Tudo isso tem por trás a obsessão de saber tudo que rola… nos mínimos detalhes.

A coragem caminha junto com o desapego. Estou falando da coragem de dizer “não sei” para o chefe quando ele pergunta sobre alguma coisa que está acontecendo na sua área e você diz “não sei” com naturalidade e segurança, sem dor na consciência, com a simplicidade de um monge indiano. Coragem para delegar o projeto mais importante da sua área para o seu time e deixá-lo trabalhar sem encher o saco. Coragem para aceitar fracassos e erros dos subordinados, pois isso faz parte do processo de evolução da organização. De forma geral, as organizações lidam muito mal com os fracassos. Todos abraçam a inovação e a criatividade, desde que não fracassem, não é mesmo?

Muitas vezes a sua agenda reflete a agenda do seu chefe. Se você tem um chefe inspirador, visionário, que gosta de pensar diferente, provavelmente, a sua agenda segue esse curso. Mas se você tem um chefe controlador, que adora saber tudo que você faz em detalhes insuportáveis, certamente a sua agenda está carregada de revisões e preparações de relatórios e apresentações sem fim. Onde está a sua coragem para não aceitar integralmente o estilo imposto por seu chefe? Tenha personalidade, desenvolva um relacionamento com o seu chefe e com o seu time em cima de critérios que você avalia como o melhor para todos. Ajude a mudar o curso das coisas. Não aceitar o curso do rio nem sempre é fácil e exige coragem.

Tudo isso, de alguma forma, gera consequências na sua agenda de trabalho. Ela é o reflexo do somatório de todas essas influências. O Santo Graal é uma agenda mais equilibrada, que permita tempo para respirar, se reciclar, rever prioridades e obter melhor equilíbrio com sua vida pessoal.

Aqui cabe um ponto fundamental. Uma agenda cheia não é sinônimo do capeta e não necessariamente significa inibição da criatividade e da inovação, o importante é que ela tenha espaços fartos e longos para você pensar diferente. O segredo não é você descobrir e ocupar os buracos na sua agenda… mas sim criar buracos, esse é o segredo. Crie espaços para conversar com pessoas que você não conversa normalmente, para ler publicações e artigos sobre coisas totalmente fora da sua área de atuação, que você nunca leria a pedido de seu chefe ou por iniciativa própria. Crie espaços para aprender coisas novas ou desaprender as coisas que você sabe. Espaço na agenda significa espaço para as ideias surgirem e descobrir novas possibilidades.

Em resumo, agenda mais vazia significa você navegar nas coisas com um nível de conhecimento mais baixo e com menor controle, com desapego e com a segurança de que está fazendo a coisa certa. Agenda vazia significa delegar mais e confiar no time, representa espaço disponível para inovar e pensar. Esses são os desafios, sacou?

Eu convivo com esses desafios o tempo todo. Propositadamente, eu tomo a iniciativa de bloquear partes da minha agenda diária para funcionarem como uma espécie de respiro, que às vezes são usadas para atacar as urgências, me renovar mentalmente ou fazer coisas completamente fora do radar. Eu decido na hora. Eu gosto de ler e pensar com fone de ouvido na cabeça ouvindo música clássica, conversar com pessoas que não conheço e entrar em coisas que eu não deveria estar. Isso me expõe a situações completamente diferentes e me desenvolve. Parece um pouco irresponsável, até caótico, talvez seja mesmo.

Por algum motivo que não sei explicar bem, nós vivemos numa época em que os gerentes não reconhecem a atividade de “refletir e pensar” como parte essencial de seu trabalho e responsabilidade. Existe um foco obsessivo na execução, especialmente nas grandes organizações. Quem afirma isso é o excelente artigo do MIT chamado “The Lost Art of Thinking in Large Organizations”, que apresenta uma ótima reflexão a respeito desse fenômeno. A arte de pensar exige uma boa dose de incerteza e ambiguidade, características que os executivos e organizações rejeitam, especialmente porque o mundo dos negócios celebra os líderes vencedores, que têm respostas assertivas e que se comportam como  “senhores de si”. Expressões como “não sei” e “talvez” têm pouco espaço nas salas de decisão das empresas.

Infelizmente, os novos executivos aprendem com os velhos executivos. A nova turma executiva que vem por aí tende a repetir as coisas e o comportamento dos mais antigos e experientes. Assim se forjam os novos líderes. Já ouvi executivos de várias empresas diferentes, grandes e pequenas, falando para mim que ter a agenda muito livre pega mal. O que os outros vão pensar de mim? É preciso estar atarefado e com a agenda cheia, mostrando que a organização é demandante e que somos uma peça fundamental na engrenagem organizacional. Enfim, se o executivo não segue esse padrão, ele pode ser considerado como alguém fora do grupo.  Inconscientemente ou não, ele age como os outros. Repetimos padrões sem entender muito bem o motivo e sem sentir, mas no fundo não queremos nos sentir diferentes ou excluídos.

Essa tendência de repetir comportamentos me lembra um experimento que bombou nas redes sociais chamado “Conformidade Social“. O experimento ocorre numa sala de espera e uma mulher repete os movimentos sem sentido que o grupo executa. O ambiente e o contexto provocam uma pressão do grupo sobre ela, que tende a agir em conformidade com as expectativas esperadas de quem está na sala. Vale muito a pena ver esse pequeno vídeo de menos de 4 minutos. Substitua esse cenário por outros grupos e você verá que o esse tipo de comportamento é muito mais comum do que imaginamos.



Não leve toda essa minha longa reflexão tão a sério.

Obviamente que o mundo vive hoje uma explosão de executivos inovadores e empreendedores, com muitas empresas inovando radicalmente e muitos modelos de negócios sendo repensados. Existe muita gente boa no comando das empresas e desafiando o status quo. Eu mesmo trabalho numa empresa super inovadora, que se reinventa constantemente e que investe uma fortuna em inovação anualmente. Essas coisas não acontecem por acaso, acontecem por conta de líderes que quebram as regras e se jogam em abismos sem ter certeza de onde eles terminam. O desafio é a multiplicação desses gremlins executivos dentro das organizações, de forma que modelos tradicionais de trabalho e de hierarquia sejam repensados diante da sociedade em que vivemos hoje.

A transformação da liderança das empresas, incluindo desde o primeiro escalão até o escalão mais perto do chão de fábrica, não acontecerá somente por uma mudança de postura ou comportamento, não basta somente vontade de mudar, mas carrega elementos de transformação cultural, de regras e leis da sociedade nos âmbitos social e econômico. Enfim, a agenda é apenas um pequeno elemento em toda essa onda. Mas quer saber? De tudo isso que falei, a sua agenda é a única coisa que está sob seu total controle. Portanto, se não dá para fazer todas as mudanças, que tal começar repensando a sua agenda de amanhã?


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