quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Yahoo elimina o home-office e manda todos os funcionários de volta aos escritórios da empresa


Um amigo me chamou a atenção para a notícia recentemente publicada no New York Times: "Yahoo Orders Home Workers Back to the Office".  Traduzindo para o bom português: O Yahoo aboliu o home-office e mandou todos os funcionários de volta aos escritórios da empresa. A razão? Um memorando da empresa afirma que a interação face-to-face entre os funcionários ajuda a criar uma cultura mais colaborativa. No dia seguinte a notícia repercutiu nos noticiários aqui no Brasil.

A executiva da empresa disse que os funcionários tem que ir ao escritório para "sentir a energia e a emoção" do trabalho em equipe. Ela também disse: "A velocidade e a qualidade tende com frequência a ser sacrificada quando se trabalha de casa. Necessitamos ser um Yahoo! unido, e isso começa por estar fisicamente juntos".  Já um outro executivo porta-voz afirmou que "Não discutimos assuntos internos. Esta não é uma visão geral do trabalho remoto, se trata apenas do que é melhor para o Yahoo agora".

24% dos empregados norte-americanos afirmam trabalhar remotamente pelo menos algumas horas por semana, segundo pesquisa do Bureau of Labor Statistics. Uma pesquisa da Consumer Electronics Association (CEA) mostra um dado mais contundente: 37% dos norte-americanos já trabalham em casa, ao menos um dia por mês. E o número tende a crescer sistematicamente. Por outro lado, 63% dos empregadores disseram (no ano passado) que permitem seus empregados trabalharem remotamente. Isso é um salto e tanto comparado aos 34% da mesma pesquisa datada de 2005, realizada pelo Families and Work Institute norte-americano.

Não existe dúvida de que o Yahoo vai completamente ao contrário do resto do planeta :)
A grande maioria das empresas está estudando e implementando políticas de trabalho flexível para seus funcionários. Essa é uma demanda mais do que evidente da sociedade. E tenho a impressão que a geração Y valoriza ainda mais essa alternativa.

Segundo o Bureau of Labor Statistics norte-americano, o trabalho remoto não é um desafio para os trabalhadores, e afirma que as pessoas costumam trabalhar mais em casa do que no escritório, realizando horas extras não remuneradas.

Eu converso muito com colegas que trabalham remotamente e eles afirmam exatamente isso: o nível de produtividade e concentração é muito maior no trabalho em casa, e frequentemente passam muito mais horas trabalhando em casa do que no escritório. Por outro lado é evidente os desafios de desenvolvimento de cultura corporativa e do sentimento de pertencimento.

Num post, já publicado nesse blog, apresento um excelente estudo publicado pelo MIT que aponta, elabora e propõe soluções para os 4 desafios do home office:
1- Como encontrar o balanço do trabalho com vida pessoal;
2- Como compensar o isolamento do ambiente do trabalho;
3- Como compensar a falta da comunicação face-to-face;
4- Como compensar a falta de visibilidade do funcionário.

O estudo cita que a IBM, por exemplo, economiza U$ 100 milhões ao ano por permitir que 42% de seus funcionários trabalhem remotamente

O feedback dos meus colegas home-office tem pontos positivos e outros negativos. O feedback positivo fica por conta do melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal, do aumento da concentração e maior produtividade, já que no escritório as interrrupções são constantes. Já a visão negativa diz respeito a sensação de isolamento, de falta de integração, de problemas de carreira e desconexão com o clima organizacional. Veja mais reflexões e dados sobre isso no meu post "Home Office - Breve em cartaz na sua casa"

Encucado com esse assunto, eu fui atrás de uma experiência real e publiquei no meu blog uma entrevista com Moacir, home-office de carteirinha. É legal o caso dele pois exemplifica muito bem o cenário do que é home-office na vida prática.

Enfim, por trás de tudo isso tem a tecnologia, que nos aproxima e nos afasta, que leva o escritório para dentro da nossa casa, sem piedade e sem pedir licença.



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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Liberamos as mídias sociais ou controlamos os emails?

Moreira, o gerente de RH, entrou na sala do Pimentel, presidente da XYZ, certo de que iria convencer o Pimentel dessa vez.

-- Pimentel, precisamos adotar as mídias sociais dentro da XYZ. Precisamos deixar os funcionários falarem. A pressão está grande.

Pimentel, olhou com incredulidade a pergunta do gerente de RH da empresa e respondeu:
-- Moreira, eu não acredito no que você está falando. Já falamos sobre isso antes. Como vamos controlar o que vai ser dito nessas redes sociais?

Moreira respondeu:
-- Nós não vamos controlar. É impossível controlar, da mesma maneira como não controlamos os emails que os funcionários recebem e mandam para fora da companhia. Também não controlamos as ligações telefônicas feitas pelos funcionários.

Pimentel olhou para o horizonte. Ele nunca havia pensado nisso. Não é que o gerente tinha razão? Após uma reflexão exclamou:
-- Moreira, chama o responsável pela TI.

Em menos de 5 minutos, chegou Miguel, o gerente de TI.

Olhando fixamente para ele, Pimentel exclamou:
-- Miguel. A partir de agora quero que todos os emails, que entram ou saiam da empresa, sejam lidos e analisados. Tudo que entra e tudo que sai. Ache uma maneira de fazer isso. Tem que interceptar todos os emails.

-- O  senhor quer que a gente leia todos os emails?

-- Sim. Tudinho.

-- Mas não vai dar. É impossível. Quem vai fazer isso.

Pimentel respondeu:
-- Chama o Raul.

E veio Raul, o gerente de comunicação. Assim que entrou na sala, Pimentel falou firme:
-- Raul, Moreira e Miguel. Vocês são responsáveis por TI, RH e Comunicação. A partir de agora vocês têm que ler todos os emails que o pessoal escreve. Nenhum pode passar.

Em resumo...
A reunião era para a empresa liberar as mídias sociais e acabou na decisão de controlar os emails da empresa. A história é engraçada, mas não deixa de ser trágica. O lado triste dessa ficção é que ela acontece em muitas empresas, que começam a discutir a implementação pelo lado mais perverso: o controle. Surpreendentemente muitos líderes empresariais ainda pensam que controlam algo dentro das empresas, o que é mera ilusão.  



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sábado, 16 de fevereiro de 2013

Powerpointlândia

Confesso aqui, na intimidade do blog, que o powerpoint me cansa. E isso acontece pois muitas vezes eu tenho a impressão que o powerpoint virou o fim e não o meio. As vezes eu participo de reuniões fantásticas que acabam com a seguinte frase: "E agora? Como vamos fazer para colocar tudo isso numa apresentação? Como conseguimos fazer um powerpoint bacana?". E aí um time de pessoas gasta um tempo imenso para criar powerpoints bonitos, coloridos, excessivamente densos, que muitas vezes serão pouco absorvidos pelos espectadores.

Mas o pior mesmo é quando temos powerpoints desconectados da realidade. Minha experiência mostra que, quanto mais você sobe na organização, maior será o número de powerpoints diários com que você terá que lidar. Uma parte deles será você que vai ter fazer, enquanto outra parte você será parte de uma plateia olhando fixamente uma apresentação.

Uma vez, quando trabalhava em outra empresa, um colega meu falou uma frase divertida durante uma apresentação: "Aqui na Powerpointlândia tudo funciona. Quero ver quando ele descer lá vida real". Ele soltou esta frase durante uma reunião de planejamento da diretoria, quando vários diretores apresentaram seus planos em sofisticados powerpoints repletos de números, projeções e gráficos. Adorei aquele comentário pois me fez imaginar um mundo formado por dois mundos diferentes: o mundo real e o mundo imaginário existente somente nos powerpoints. "Duro é fazer acontecer o que está escrito no powerpoint. Depois ele vai voltar aqui e mostrar outro powerpoint bonito".

Essa reflexão me faz lembrar uma história divertida que escrevi tempos atrás, chamada "Reunião com o presidente". Acho ela bem verdadeira e bem conectada com esse mundo diário dos powerpoints e apresentações.

Para fechar, lembro de um caso real que ocorreu na IBM na década de 90.  A empresa passava por dificuldades e um novo chairman foi anunciado, vindo pela primeira vez de fora dos quadros da empresa. Estou falando de Lou Gerstner, um dos mais brilhantes CEOs que já lideraram a IBM. Ele chegou no quartel general da empresa e começou a ter reuniões individuais com seus executivos diretos, todos muitos seniores e experientes. Todos eles vinham para a reunião com apresentações super estruturadas e completas. Lou, através do seu tradicional estilo simples e objetivo, pedia para que abandonassem a apresentação e tivessem uma conversa com ele, sem slides, apenas um diálogo simples e desestruturado. Este estilo, um pouco despojado para uma empresa extremamente formal na época, foi muito interessante e provocou mudanças. Talvez esteja faltando um pouco mais dessa informalidade no mundo corporativo atual.



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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Marketing e RP em Tempo Real

Vários me perguntam quem é o guru ou o cara que tem o pensamento mais ousado nas áreas de comunicação e marketing. Eu não gasto dois segundos para responder. O cara mais ousado, que abre as nossas cabeças e coloca toneladas de minhocas, chama-se David Meerman Scott.

Ele não é meramente um teórico, ele consegue prover conceitos e experiências práticas, fazendo com que apareça dentro da gente aquela sensação de miserabilidade, aquele sentimento de que estamos fazendo tudo errado. É isso mesmo, sempre quando ouço ou leio algo produzido pelo Mr. Scott, eu me sinto um miserável que não consegue fazer algo realmente inovador ou ousado na minha atividade diária de marketing e comunicação. Que sensação horrível!!

Eu já tinha escrito aqui no blog, alguns meses atrás, que foi um tapa na cara ler o livro "Marketing e Comunicação em Tempo Real" de Mr. Scott. Todo profissional de marketing e comunicação deveria ler o livro... várias vezes, até algo entrar na cachola. Esse é um livro mandatório para todos aqueles que desejam ser desafiados a respeito das novas regras de marketing.

No inicío de 2011, David Meerman Scott foi "keynote speaker" no evento Marketing Sherpa  Email Summit em Las Vegas. Sua apresentação de 50 minutos foi gravada e disponibilizada na web. Separe um tempo para ver o vídeo. Vale a pena.






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