terça-feira, 29 de junho de 2010

Podcast - Desafios e Características da Geração Y

A CBN disponibilizou o podcast da excelente entrevista de Lilian Guimarães, VP de RH do Santander, no programa Mundo Corporativo - CBN - de Heródoto Barbeiro. Foi uma conversa de 30 minutos abrangente e divertida. É sempre legal assistir alguém que "segura o touro a unha", ou seja, sai da teoria e entra na prática. Lilian falou sobre os dilemas e as mundanças que esta geração vem provocando nas empresas.

Escolha o que prefere, abaixo vai o vídeo e o podcast.

Vídeo entrevista " Desafios e Características da Geração Y" de Lilian Guimarães para Heródoto Barbeiro



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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Guia de uso de redes sociais nas empresas, ajuda mas não resolve

Após o painel do info@trends, dias atrás, ainda dentro do evento, uma pessoa veio conversar comigo sobre uma situação que ela está passando na empresa onde trabalha. Ela disse que o acesso às redes sociais é limitado e que o principal motivo da proibição de acesso é a preocupação que os executivos tem com a reputação da empresa. Em seguida, afirmou que a empresa está para publicar um guia corporativo de uso de redes sociais e que pretende liberar o acesso para os funcionários. Ela me perguntou se a publicação de um guia é capaz de minimizar o tal risco de imagem que tanto amedronta a empresa.

Para melhor responder esta pergunta, sugiro consultarmos o estudo "Social networking and reputational risk in the workplace - Deloitte LLP 2009 Ethics & Workplace Survey results " de 2009.

Este interessante documento apontou que 74% dos trabalhadores pesquisados avaliaram ser fácil prejudicar a reputação da empresa numa rede social. Por outro lado, 58% dos executivos concordaram que o risco de reputação deveria ser uma questão de diretoria, mas apenas 15% disseram que realmente é. Ou seja, existe uma distância considerável entre percepção e realidade. Apenas 22% das empresas afirmaram ter políticas formais que orientam como os funcionários devem usar as ferramentas de redes sociais. O resultado mais impactante. porém, foi que 49% dos trabalhadores disseram que não alterariam a forma como se comportam nas redes se sociais se a empresa adotasse uma política de uso de tais ferramentais. Caramba! Isso é sério. E, finalmente, não me surpreendi quando 24% dos pesquisados não souberam responder se a empresa onde trabalham tem alguma política publicada de uso de redes sociais. Não é por acaso que 27% afirmaram que não estão nem aí para eventuais consequências éticas oriundas de comentários, vídeos e fotos postadas no mundo online.

Recomendo que você consulte o documento por inteiro. Tem mais dados super interessantes além dos já informados. Consulte AQUI.

Voltando para pergunta original: o quanto que a publicação de um guia corporativo pode minimizar o risco de reputação no uso das redes sociais pelos funcionários de uma empresa? A resposta direta, nua e crua, é: pouco.

O estudo da Deloitte mostrou que políticas publicadas por uma empresa não seriam suficientes para alterar o comportamento nas redes sociais de quase metade dos entrevistados. Ou seja, um guia é importante, mas não é suficiente. O guia ajuda a determinar regras de conduta e a criar jurisprudência para que um funcionário seja questionado por desvios ou atuação inadequada nas redes sociais.

Para mitigar os riscos de reputação e imagem nas redes sociais são necessárias iniciativas com ênfase na cultura, valores e ética dentro da organização. É preciso que os funcionários desenvolvam consciência e bom senso no trato da informação, que entendam o que é informação estratégica e confidencial, e que tenham melhor capacidade para tomadas de decisão a respeito do que podem ou não falar sobre a empresa, seja dentro do ambiente do trabalho, no "choppinho" de domingo ou nas redes sociais. O desenvolvimento de consciência, coerência e bom senso transcende a publicação de um guia corporativo. Enfim, o guia é importante, mas ele sozinho não resolve.

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sexta-feira, 25 de junho de 2010

A Geração Y pede mais

Texto publicado no blog Foco em Gerações.

Esta história é verdadeira e foi contada por um amigo, que é o gerente imediato do caso. Os nomes foram trocados e eu não cito a empresa por motivos óbvios.

Certo dia, Júlia, uma funcionária da geração Y com pouco mais de um ano de trabalho na empresa, abordou Luiz Carlos, diretor, pedindo para marcar um horário para uma conversa pessoal. Júlia antecipou dizendo que tinha algumas insatisfações e nenhuma queixa do seu gerente imediato, mas que uma conversa seria importante para compartilhar tais inquietudes.

Luiz Carlos era funcionário de carreira e já tinha mais de 20 anos de serviço naquela empresa. Na hierarquia organizacional, entre ele e Júlia, havia um gerente imediato que era um dos melhores de seu time. Luiz Carlos marcou a tal conversa para a semana seguinte e preparou o espírito.

A primeira ação tomada por Luiz Carlos foi conversar com o gerente. Descobriu que Júlia era um talento e uma das melhores profissionais do time, muito entusiasmada e super capacitada, sabia trabalhar em time e nunca havia demonstrado qualquer insatisfação no trabalho. O gerente vislumbrava uma excepcional carreira para Júlia na empresa. O único ponto de atenção era em relação ao seu salário, que poderia estar num patamar mais alto para uma funcionária de alta performance e potencial.

Luiz Carlos se preparou para a conversa, estava pronto para encarar uma conversa sobre salário, promoção, carreira e desenvolvimento. Tinha todos os dados dela, estava convencido de que não deveria deixá-la sair da empresa e até aceitaria buscar um aumento salarial ou uma aceleração de carreira para mantê-la na organização.

A conversa de Júlia com Luiz Carlos foi bem diferente do que ele esperava. Ela não falou sobre salário e carreira em nenhum momento. Aliás, falou sim, quando Luiz Carlos perguntou e ela disse que isso não a preocupava, apesar de comentar que achava o salário um pouco baixo. Júlia elogiou a empresa, falou bem do clima de camaradagem existente na diretoria de Luiz Carlos, elogiou o seu gerente imediato e disse gostar muito do que faz. Ela disse que tudo estava bem, mas tinha uma coisa que a preocupava tremendamente: ela não sabia qual era o compromisso da empresa com a sociedade.

Luiz Carlos ficou confuso, não entendeu muito bem a questão e pediu para Júlia evoluir mais no tema. Ela descarregou várias perguntas: por que a empresa não ajudava mais a sociedade? O que a empresa fazia para tornar o mundo um lugar melhor para se viver? Por que a empresa, com dezenas de milhares de funcionários, não usava este potencial humano para ações de cidadania? Qual era o compromisso da empresa com o meio-ambiente e o planeta?

E soltou a frase final: “eu tenho dificuldade de trabalhar numa empresa que não demonstra claramente o compromisso de ajudar a sociedade”. Ela parecia muito incomodada. tinha a sensação de que trabalhava numa empresa preocupada com os objetivos e valores empresariais, ética, porém desconectada das demandas e anseios da sociedade. Em sua opinião, como empresa grande, repleta de competências e capacidades, ela deveria estar colaborando mais com a sociedade.

Luiz Carlos estava atônito com tudo aquilo. Sua funcionária estava preocupada com algo muito além do que ele havia imaginado. Enfim, Júlia estava sentindo falta de propósito em seu trabalho e, talvez, um pouco de falta de orgulho. Faltava a ela alguma razão a mais para ir trabalhar todos os dias na empresa, quem sabe a razão de estar contribuindo para uma empresa que faz a diferença.

Luiz Carlos tratou logo de envolver Júlia nos programas de responsabilidade social da empresa. Segundo ele, havia iniciativas de cidadania interessantes. Júlia conheceu e participou de algumas. Após três meses pediu demissão. Na entrevista de desligamento com Luiz Carlos ela disse que as atividades de cidadania da empresa não eram genuínas, que ela não sentia a empresa comprometida com os programas e que, na maioria das vezes, eles apenas gastavam os incentivos fiscais oferecidos pelo governo para empresas daquele porte. E terminou dizendo para Luiz Carlos: “Não quero continuar aqui porque não vale a pena”.

Em resumo…
Você é gestor? Gerente? Então trate de surpreender a geração Y ou será ela que vai surpreender você.



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terça-feira, 22 de junho de 2010

Nós, blogueiros, podemos mudar esta eleição

Este post é para você, que frequenta as redes sociais, que tem um blog, que lê blogs, que vibra com o twitter, que acompanha as notícias online e que está sempre conectado à internet.

Eu e você temos um papel fundamental nesta eleição brasileira. Todos nós desejamos um país mais justo, um governo mais conectado com as aspirações da sociedade, líderes que realmente trabalhem pensando em construir um país de sucesso no longo prazo e que pensem em construir as bases fundamentais para gerações futuras mais dignas e felizes.

As redes sociais formam hoje um dos principais meios de influência e engajamento da sociedade. Elas são capazes de movimentar milhares ou milhões de pessoas em busca de alguma coisa. Seja para o bem ou para o mal. Milhões de brasileiros navegam pela internet todos os dias. Enfim, como podemos influenciar esta massa de pessoas para as eleições de outubro em nosso país? Como podemos tornar nossos cidadãos mais informados, conscientes e cúmplices na escolha dos governantes corretos que precisamos para um construir um país melhor? Não somente para quatro anos, mas para as três próximas décadas.

Nós, frequentadores e articuladores das redes sociais, temos que criar um movimento de influência para dar mais informação e consciência à população sobre os candidatos, seus programas, compromissos e ideais. Temos que divulgar seus valores, seus currículos e suas histórias.

Eu já estou fazendo a minha parte. Acompanho regularmente os twitters dos três principais candidatos: José Serra, Dilma Roussef e Marina Silva. Leio muito sobre eles em todos os canais de informação. Quando tenho alguma informação que julgo importante, trato de divulgar para os meus amigos. Esta é a minha colaboração para dar mais consciência aos meus amigos para que escolham a pessoa mais preparada para presidir o país. Mas isto não vale só para as eleições presidenciais não. Vale para senador, deputado, governador e até síndico do condomínio.

Movimentos interessantes estão acontecendo na web. Eis apenas alguns poucos exemplos.
A Procuradoria Regional Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro já informou que planeja divulgar pelo site e pelo Twitter os candidatos ficha-suja. Aliás, a grande maioria das procuradorias estaduais estão anunciando isso. A lei complementar 131, em vigor desde final de maio, diz que estados, municípios (com mais de 100 mil habitantes) e distrito federal têm, desde já, de dispor na internet as respectivas arrecadações e o destino dado ao dinheiro do contribuinte. A abertura de contas pela internet ajuda na criação de grupos de cidadãos que se organizam para fiscalizar o poder público. Há ONGs como Contas Abertas e Rio Como Vamos, que há tempo já exercem esta importante atividade. A campanha do pré-candidato José Serra colocou no ar o site www.propostaserra.ning.com para promover a discussão do programa de governo. Trata-se de uma rede social que ainda terá acesso restrito, pelo menos por enquanto, existe um temor de que os adversários políticos entre nesta rede para gerar um debate negativo. Certamente os outros candidatos devem ter iniciativas parecidas. Na cidade do Rio de Janeiro, inicia-se um movimento contra o pagamento da taxa de iluminação pública,. Entrou no ar o site 'Apague essa ideia". Ou seja, existem toneladas de coisas acontecendo na web que tocam o poder público.

Enfim, faça a sua parte. Sugiro que siga os 3 principais candidatos, pelo menos no Twitter, e trate de repercutir as suas ideias, programas e discussões. Ajude a construir o Brasil melhor. Eu sigo os três, apesar que já tenho o meu presidente na cabeça. Mas quero confirmar se estou fazendo a escolha certa.

Dilma Roussef: dilmabr
José Serra: joseserra_
Marina Silva: silva_marina

Modificado em 23/06/2010:
Eu nunca altero um post já publicado, mas hoje vou fazer uma exceção.
Recebi uma chamada muito elegante do Luis Felipe dizendo que, no mínimo, eu deveria ter sugerido que todos os candidatos à presidência fossem seguidos, e não somente os três que mais se destacam nas pesquisas. Ele disse que os blogs deveriam fazer o contrário e mostrar o que a grande mídia não mostra. Ele está certíssimo e eu, humildemente, reconheço isso. Portanto, fica aqui o registro. E eu já vou correr atrás dos endereços virtuais (twitters, blogs, sites, etc) dos outros candidatos.
Valeu pelo toque, Luis Felipe. Obrigado por visitar meu blog.

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sábado, 19 de junho de 2010

Podcast: Painel Redes sociais nas empresas no info@trends

Na última semana eu participei de um painel de debates sobre redes sociais nas empresas no info@trends. Tive o privilégio de conversar com Eline Kullock e Renato Dias, sob a mediação de Juliana De Mari, diretora de redação da Você SA.

A conversa foi boa, especialmente porque tive oportunidade de apresentar um pouco da experiência da IBM e questionar alguns velhos paradigmas sobre redes sociais que sempre preocupam as empresas, como controle, produtividade, segurança e engajamento. Contei até o velho caso do Washington. Pena que o tempo de 30 minutos foi curto. O papo dava mais caldo.

Se você tiver tempo e interesse, ouça agora o podcast do painel que está logo abaixo. São 30 minutinhos de bom debate. Aliás, se realmente tiver tempo, vale muito a pena percorrer a programação e podcasts de todo o info@trends. Tem algumas apresentações e discussões muito legais para todos aqueles que estudam o mundo digital. Quer uma sugestão? Eu selecionei vários podcasts, fiz download e gravei tudo num CD. Estou ouvindo tudo no carro, naqueles engarrafamentos gostoooosos do Rio de Janeiro.

Podcast: Painel Redes sociais nas empresas - info@trends


Links:
Download do podcast Painel Redes sociais nas empresas
Todos os podcasts do dia 1 do info@trends
Todos os podcasts do dia 2 do info@trends


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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Ex-funcionária sofre ação judicial por sua atuação em rede social

Acabei de saber sobre mais um caso de escorregão nas redes sociais. Brelyn Hammernick, uma ex-funcionária da empresa norte-americana TEKsystems, convidou ex-colegas de trabalho para mudar de emprego por meio do LinkedIn. Segundo a TEKsystems, Hammernick não poderia ter feito isso pois tem assinado um contrato de "non-competition" e "non-disclosure", que proíbe que ela entre em contato com seus antigos colegas para fins de recrutamento, por um período de 18 meses após deixar a empresa. A cereja deste bolo é que a TEKsystems é uma recrutadora de recursos humanos. Resultado: a empresa entrou com um processo judicial contra a ex-funcionária.

A notícia foi divulgada por vários sites. Veja AQUI a matéria em português na Computerworld e AQUI a notícia num blog dos EUA. Se quiser mais detalhes, e com um viés jurídico, veja AQUI.

Este é mais um melê das redes sociais no ambiente empresarial. Isso me lembra aquele outro caso da funcionária que estava de licença médica, cuja empresa seguradora viu fotos dela na praia em sua página no Facebook e resolveu caçar seu seguro médico. São dois casos diferentes, mas que na essência mostram como as redes sociais saem do mundo virtual para entrar no mundo real, e viram provas para ações judiciais. Aliás, o que mais me interessou neste caso recente foi a afirmação de um dos advogados do caso que citou que este é o primeiro caso onde uma rede social é utilizada como prova direta deste tipo de violação de contrato de trabalho.

Aqui eu vejo duas lições.

Nenhum contrato de trabalho pode impedir que funcionários utilizem a web (sites como LinkedIn, Facebook, Orkut, Twitter e outros) para fins pessoais, como, por exemplo, manter contato com amigos e colegas de outras empresas, sejam eles ex-colegas de trabalho, clientes ou fornecedores. Este é um foro pessoal. No entanto, casos como o citado acima, quando a funcionária usou a rede para uma ação profissional contrária ao contrato de trabalho estabelecido, podem se tornar ações de desvio onde as empresas atuarão com rigor e sob a luz da justiça.

A segunda lição é mais simples: o que você escreve nas redes sociais pode ser considerada prova válida em processos judiciais. Portanto, use as redes sociais com moderação.

Enfim, se você se interessa por redes sociais nas empresas e suas implicações, este é mais um caso para aprendizado.

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domingo, 13 de junho de 2010

Jornal O GLOBO publica manual de regras editoriais e profissionais das eleições para seus funcionários

No ano passado, ao participar de um debate sobre redes sociais na Futurecom, eu falei que a existência de um guia corporativo sempre ajuda muito no processo de introdução das redes sociais nas empresas. Na época, confirmando que o tema ainda é polêmico e desconhecido nas empresas, eu fui interpelado por alguém que disse que tal guia não faria sentido pois as redes sociais não podem ser reguladas ou controladas. Expliquei que um guia não tem o objetivo de instituir regras ou procedimentos de controle das redes, mas sim apresentar recomendações que os funcionários devem procurar seguir quando atuam nas redes como profissionais da empresa. Estas orientações incluem formas de se identificar nas redes, como tratar as informações, questões de imagem e reputação, como falar sobre a empresa, etc. Enfim, são de natureza profissional, apesar que sabemos que nas redes sociais o limite entre o pessoal e o profissional é muito tênue.

Dias atrás, também numa conversa sobre o mesmo assunto, alguém disse algo assim: "na minha empresa a gente não precisa disso, afinal os acesso às redes está proibido". Como não precisa? Os funcionários não acessam às redes sociais fora do expediente do trabalho? Muitos chegam em casa e já se conectam nos "orkuts da vida". Muito deles escrevem nas redes sobre o seu trabalho diário, falam da empresa onde trabalham, opinam sobre áreas onde a empresa atua, etc. Ou seja, eles atuam como porta-vozes da empresa, mesmo sem se darem conta disso. Afinal, todos nós somos representantes da empresa onde trabalhamos, estejamos ou não dentro do horário do expediente. Neste contexto, prover orientações para os funcionários de como se comportar nas redes sociais, quando falarem sobre o seu trabalho ou empresa, fazem todo o sentido.

Este é um processo evolutivo e de conscientização. Na verdade, a questão vai muito além das redes sociais, todos nós somos representantes da empresa nas situação mais corriqueiras do dia a dia: quando estamos no telefone conversando com um fornecedor, atendendo um cliente, enviando um email, tomando um chopp no final de semana e comentando sobre assuntos da empresa, etc. As redes sociais são apenas mais um canal de comunicação e relacionamento.

Nesta semana, eu estava conversando com um amigo sobre o poder da influência dos canais tradicionais de comunicação (TVs, jornais, rádios, etc) e da internet nas próximas eleições. A internet é um terreno livre, onde cada um navega e busca o que quiser, é o internauta que determinar o que deseja seguir. Já as TVs e os jornais têm um componente editorial muito forte. É o corpo editorial que determina o conteúdo diário. Exigir independência, equilíbrio e imparcialidade da equipe editorial (repórteres, colunistas, articulistas e editores) deveria ser uma obsessão dos grupos de comunicação de nosso país. Eu comentei com meu amigo que, devido a enorme capacidade de influência na opinião pública, os veículos de comunicação deveriam ter regras de conduta específicas para as eleições para todos os seus funcionários. E não é que hoje, para minha surpresa, o jornal O Globo publicou, em página inteira, um "Estatuto das Eleições" para todo o seu corpo editorial provendo regras editoriais e profissionais para os seus funcionários e jornalistas. Não deixe de ver, é bem interessante. E tem até regras específicas para as redes sociais. Veja AQUI.

Acredito que outros veículos de comunicação devem ter algo parecido, mas a ação do O GLOBO me chamou a atenção. A ação tomada pelo jornal tem o mesmo conceito do guia de conduta nas redes sociais que recomendo para as empresas. Educação, orientação, clareza e transparência são sempre bem-vindos.

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quinta-feira, 10 de junho de 2010

As redes sociais podem mudar a cultura de uma empresa?

Ontem, eu participei de um painel de redes sociais no CIAB (quem deseja saber um resumo do que rolou no painel, pode acessar AQUI e AQUI). Na saída do evento, ainda sob o calor da discussão, uma pessoa me fez a pergunta acima. Achei a pergunta ótima e juro que não tive uma resposta pronta para a pergunta. Só me lembrei daquela do "Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?".

O fato é que existe a crença de que as redes sociais nas empresas podem aumentar a colaboração e mudar a cultura organizacional. Eu até acredito nisso, mas desde que a implementação destas redes venha atrelada a outras ações. Se for uma ação isolada, as redes sociais vão refletir somente a cultura vigente da organização. Caso estejamos falando de uma empresa mais fechada, existe o risco potencial de ocorrer o que chamo de "a síndrome do elefante indiano", ou seja, da rede ou do blog ficar sem leitores ou participação, simplesmente porque assim é a cultura organizacional existente. É quase um tiro no pé.

Se a empresa busca uma transformação na cultura organizacional, a introdução de ferramentas sociais nas empresas pode fazer parte de um projeto maior, onde atividades de maior colaboração e compartilhamento de conhecimento devem estar no centro das atenções. As áreas de Recursos Humanos e Comunicação têm papel fundamental nesta transformação, enquanto que os executivos e o corpo gerencial da empresa devem liderar esta jornada.

O resumo de tudo: as redes sociais, isoladamente, não mudam a cultura de uma empresa, mas são ferramentas poderosas quando inseridas num programa maior. Se aplicadas isoladamente, elas vão refletir a cultura vigente da organização, podendo até gerar frustrações em vez de benefícios.

Recomendo fortemente que leia o excelente post "Mídias sociais: imprescindíveis, porém não curam todos os males", escrito por Hélio Teixeira no Blog Chapa Branca. Ele explora muito bem este tema.

O título deste meu post bem que podia ser: As redes sociais mudam a cultura das empresas ou a cultura das empresas é que determina o sucesso das redes sociais?

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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Os executivos não têm blog

Em junho do ano ano passado, o site norte-americano UBERCEO - que cobre a "vida" dos CEOs, Chief Executive Officers de empresas - afirmou que, a maioria dos 100 principais executivos do planeta não frequenta rotineiramente as redes sociais. Poderíamos até dizer que o pessoal não tem intimidade mesmo.

A pesquisa realizada pelo UBERCEO foi em comunidades como Facebook, Twitter, LinkedIn e Wikipedia. O resultado é que apenas 2 CEOs tinham contas no Twitter, 13 deles tinham perfis no LinkedIn, 81% não tinham página pessoal no Facebook e nenhum deles tinha um blog.

Apesar da pesquisa ter sido "pobrinha", o tema ganhou repercussão na web. E o principal motivo foi evidenciar que os executivos que comandam as maiores empresas do planeta não estão muito bem conectados com as novas formas de comunicação e relacionamento da sociedade, onde os seus clientes estão inseridos.

Desde então eu liguei o meu radar e passei a olhar o tema com mais atenção.

A verdade nua e crua é que os executivos, de maneira geral, estão muito distantes das redes sociais. E já me antecipo pedindo desculpas se estou generalizando. De forma geral, o presidente de uma empresa já reconhece que é algo importante e que a sua empresa não pode ficar de fora, mas na maioria das vezes ele delega para alguém cuidar em nome dele. Alguns até demonstram vontade de participar, mas o duro é separar tempo na agenda para "brincar" de redes sociais.

Eu não acho que eles estão desinteressados como muitos afirmam. O problema maior é de prioridade. Entre uma revisão de negócios e um passeio por alguma rede social, a primeira opção ganha de goleada. É por isso que na maioria das empresas, segundo um estudo da Deloitte, a atividade de redes sociais acaba caindo no colo de marketing, que já enxerga o mundo das ferramentas sociais como uma arma poderosa de influência e relacionamento com os clientes.

Eu, sinceramente, tenho dificuldade de ver os executivos de Recursos Humanos e Customer Service longe das redes sociais. Como eles podem dispensar tais recursos? É difícil de entender. Eles ainda gastam tempo com emails e outros meios de relacionamento, quase sempre de mão única e lentos em velocidade, mas não investem e se arriscam nas tecnologias sociais.

Pesquisas já realizadas por outras fontes, mostram que os executivos temem as redes sociais pelos riscos que elas podem trazer para a reputação da empresa, pelo vazamento de dados estratégicos, pela falta de conhecimento em como lidar com as redes e pela possível improdutividade que ela pode trazer para o funcionário. Mas, por trás disso tudo, tem o principal motivo: a velha razão da falta de tempo. E dá-lhe reunião de revisão de negócios...




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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Metade dos usuários em rede sociais não usam seus nomes verdadeiros, revela pesquisa

Semanas atrás, uma pesquisa patrocinada pela Chubb Group of Insurance Companies junto a mais de 1 mil americanos apresentou um resultado interessante: apenas 51% dos respondentes afirmaram que usam o nome real nas redes sociais. Aproximadamente 18% disseram usar sempre um apelido. E 31% disseram que alternam entre o nome real e apelido quando se identificam nas redes sociais. A pesquisa foi conduzida pela Opinion Research, em abril de 2010. Ou seja, é bem recente.

Aproximadamente 64% dos pesquisados disseram que a empresa onde trabalham não tem diretrizes definidas para uso das redes sociais. Ou seja, apenas 36% afirmaram receber orientação. Metade deste grupo (dos 36%) afirmou que são motivados (pela empresa) para falar sobre a empresa nas redes sociais, enquanto a outra metade está proibida de falar.

Enfim, só 51% usam o nome verdadeiro nas redes? Por favor me chamem de Juquinha a partir de hoje...

Para terminar, veja um vídeo divulgado pela própria Chubb sobre o tema.




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terça-feira, 1 de junho de 2010

Estudo: Mídias sociais nas empresas no Brasil

A Deloitte acaba de disponibilizar um documento chamado “Mídias sociais nas empresas – O relacionamento online com o mercado”. O estudo é muito legal pois ele é dirigido ao Brasil e teve a participação de mais de 300 empresas de diversos segmentos econômicos e de portes diferentes. Além de dar uma visão geral da utilização das mídias sociais nas empresas, ele evidencia o grau de maturidade destas empresas em relação a estas novas ferramentas.

Estão disponíveis dois documentos:
1- Relatório
2- Apresentação Executiva

Se você estuda ou tem interesse no assunto, eu recomendo que leia todo o documento. Ele tem dados muito interessantes. Aqui, no blog, pretendo destacar os pontos que mais me chamaram a atenção.

A principal conclusão do estudo é que as empresas no Brasil, em geral, ainda não utilizam as mídias sociais como estratégia para seus negócios. Existem boas intenções, boa vontade, mas pouca realização.

A pesquisa mostrou que a maior parte das ações em mídias sociais está atrelada a campanhas de marketing, portanto, não nos surpreende saber que é o departamento de Marketing que comanda as iniciativas em 73% das empresas pesquisadas. O que me gerou surpresa foi saber que TI é o segundo departamento mais presente nestas ações, com 16%. Eu esperava ver as áreas de Customer Service e Recursos Humanos com alguma presença significativa, considerando que mídias sociais são ferramentas muito interessantes para o atendimento ao cliente e para o desenvolvimento de um ambiente mais colaborativo dentro das empresas.

Também fiquei surpreso ao saber que a maioria das empresas identifica uma falta de participação da Diretoria e do departamento de Comunicação no comando das ações em mídias sociais. Isso é decepcionante, né?

Em relação às dificuldades, o estudo aponta a falta de tempo e a mobilização como os principais obstáculos apontados pelas empresas na execução de suas estratégias em mídias sociais. Em seguida vem a falta de conhecimento em gestão de mídias sociais. Apesar do resultado da pesquisa, eu ainda penso ser esta última a principal barreira para o maior uso destas ferramentas no mundo corporativo.

Gostei do alerta do relatório quando diz que "a falta de tempo assinalada por grande parte dos respondentes requer a reavaliação da necessidade de recrutar um profissional, uma equipe dedicada ou terceirizar o serviço para cuidar das iniciativas em mídias sociais". Isso é muito importante.

"As empresas que ainda não utilizam ou monitoram mídias sociais, apontam que a dificuldade para mensurar e monitorar os benefícios é a principal barreira para começar a utilizar estas ferramentas. Falta de conhecimento sobre o assunto e falta de adequação à cultura da empresa aparecem logo em seguida com 45% e 42%, respectivamente".

Uma das partes mais valiosas do documento, na minha opinião, é a lista de dez dicas para fazer com que as estratégias em mídias sociais sejam bem-sucedidas. Vejam abaixo um super-resumo, mas não deixem de ir no documento para ver a informação completa:
1- Obter o apoio dos executivos líderes da empresa;
2- Desenvolver disseminadores internos;
3- Começar em mídias sociais por pequenos passos;
4- Definir o objetivo central dessa estratégia e desmembrá-la em objetivos menores;
5- Trabalhar com governança flexível;
6- Definir papéis e responsabilidades claras para a equipe responsável;
7- Estabelecer políticas e orientações de uso de mídias sociais claras e com linguagem simplificada;
8- Avaliar os impactos e riscos que as mídias sociais podem trazer para os processos e negócios da empresa;
9- Encontrar a melhor forma de mobilizar seu público;
10- Definir a linguagem que deverá ser usada.

Enfim, trata-se de um excelente conteúdo para todos aqueles que estudam redes sociais corporativas. Fico feliz de ter contribuído, já que eu fui um dos entrevistados na pesquisa.

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