terça-feira, 31 de março de 2009

Todo o Acervo de 40 Anos de VEJA na Internet

Eu já tinha recebido o link, mas nunca tinha tido tempo para experimentá-lo. Entrei hoje com intuito de passar uns minutinhos para conhecer esse tal acervo digital da revista Veja. Foi impossível parar, acabei navegando mais de uma hora.

Trata-se de uma fonte riquíssima de pesquisa. Indispensável. É a história do país na sua frente. Soube que foram investidos R$ 3 milhões no projeto, que exigiu 12 meses de intenso trabalho. O projeto foi desenvolvido pela própria Veja em parceria com a Digital Pages, empresa responsável por estruturar a digitalização de cada uma das mais de 2 mil edições e convertê-las em revistas digitais. Dado o porte do projeto, uma equipe de 30 pessoas foi montada para cuidar desde o desgrampeamento das edições impressas até a publicação dos quase nove milhões de arquivos que compõem o acervo.

Está tudo lá. Qualquer um pode acessar as reportagens, entrevistas e até mesmo os anúncios já publicados em 40 anos de existência da revista Veja. Tudo grátis e com qualidade digital. Todas as edições estão disponíveis, desde a primeira publicada em 11 de setembro de 1968. Além de tudo é fácil e gostoso de navegar. O acervo digital segue a estrutura da própria revista, ou seja, o usuário navega na web como se estivesse folheando a publicação.

Separa a pipoca e o guaraná pois você não vai conseguir parar...

Eis o link ==> www.veja.com.br/acervodigital

Foi bem legal navegar por algumas edições históricas como aquela da impeachment do Collor, cuja capa é inesquecível. Mas quer saber o que mais gostei? Foi ver alguns anúncios antigos. Encontrei o Tigre da Esso, O Sabor para Quem Sabe o Quer de Minister, O Importante é ter Charme, o Maverick, a Tergal e até a elegante e moderna máquina de escrever da Remington. Sem deixar de lembrar do Volkswagem 1.600, que na época era chamado de Fusca 4 portas. Alguém lembra ???
Clica em cima das fotos e divirta-se.


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domingo, 29 de março de 2009

Consumidor Digital exige uma Nova Publicidade

Acaba de sair do forno um “paper” do IBM Institute for Business Value chamado “Beyond Advertising – Choosing a Strategic Path to the Digital Consumer”. Vale a pena ler. Acesse AQUI e faça o download do documento em pdf.

O cenário é aquele que já conhecemos e que impacta profundamente as áreas de comunicação e marketing. Os consumidores não podem mais ser considerados a tradicional audiência de antigamente, aquela que fica sentada no sofá vendo TV e recebendo a mensagem do “patrocinador” passivamente. Hoje os consumidores são leitores, editores e até marqueteiros, especialmente os mais jovens. Esse cenário vira de cabeça prá baixo os conceitos de comunicação e marketing.

O conteúdo do documento é fruto de uma pesquisa realizada com 2.800 pessoas no 3º. trimestre de 2008, em 6 países: EUA, Inglaterra, Austrália, Alemanha, Índia e Japão.

O estudo segmenta a população pesquisada em 3 grupos:

- “MASSIVES PASSIVES” – Os massivos passivos representam 65% da população. São os consumidores que tem 24 ou mais anos de idade e que usam poucos equipamentos multimídia em seu dia a dia;

- “GADGETIERS”- representam 15% e são aqueles que adotam rapidamente os equipamentos multimídia recém-lançados e são sedentos por conteúdo digital;

- “KOOL KIDS”- são aqueles abaixo de 24 anos e representam 20%.

O estudo mostra características de cada um dos grupos e evidencia que os “gadgetiers” e os “kool kids” estão avançando sobre o segmento de “massives passives”.

Um dado interessante oriundo da pesquisa é que, apesar de todas as preocupações existentes com a confidencialidade, um número razoável de consumidores está propenso a fornecer dados pessoais, detalhes de seus estilos de vida e preferência de conteúdo. Porém, como contrapartida, eles querem serviços de valor, como por exemplo: conteúdo de qualidade grátis, descontos e milhas aéreas. É interessante ver que esse perfil tem variações significativas entre os países pesquisados.

Um dos grandes desejos é a integração das mensagens e do conteúdo que hoje inundam os dispositivos digitais que carregamos nas mãos. Aliás, essa também é a prioridade “número 1” de 74% dos profissionais de marketing.

Os autores do “paper” apresentam um quadro evolutivo dos modelos de negócio em “Advertising”, onde definem 4 quadrantes e posicionam os “players” dessa indústria dentro desses quadrantes.

O estudo é legal pois ele organiza as várias tendências existentes e evidencia que a indústria de “Advertising” passa por transformações profundas. No final do documento eles colocam algumas perguntas interessantes prá pensar.

Depois de ler o documento, depois de dar uma voada legal, você volta para a realidade nacional, onde o principal canal de comunicação de nosso país continua sendo a TV aberta, com clara concentração da Rede Globo. Já dá prá imaginar o povão sentado no sofá, vendo Jornal Nacional e a novela das oito. Mas não nos iludamos, uma revolução aparentemente despretensiosa está acontecendo em nossas casas. Os nossos filhos, a geração Y, não vêem mais TV como antigamente, usam “instant messaging” o tempo todo e não usam mais email, adoram redes sociais, amam celular e qualquer “gadget” digital, não usam mais telefone fixo, adoram compartilhar informação na web e não acreditam em informação passiva e unidirecional. Essa é a comunidade que daqui a pouco estará comandando o país. É para eles que os marqueteiros têm de trabalhar.

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sábado, 28 de março de 2009

Primeiro Chat Online de um Presidente nos EUA

Na semana passada, exatamente quinta-feira 26/03/09, rolou o primeiro chat online de um presidente nos Estados Unidos. O Presidente Obama respondeu perguntas que foram selecionadas entre as mais de 100 mil enviadas por mais de 92 mil pessoas cadastradas no site da Casa Branca.

Segundo o estrategista político Simon Rosenberg, presidente da New Democrat Network, o Obama quer reinventar o ofício da Presidência do mesmo modo como ele reinventou a campanha presidencial - "Ele quer fazer cidadãos comuns sentirem que têm acesso à Casa Branca e que podem interferir no dia-a-dia do presidente, de um modo que era impossível com a mídia tradicional".

Vale a pena ler o post de Marilia Martins em seu blog que comenta o estilo online do atual Presidente dos EUA. Também recomendo essa matéria publicada no DailyMail Online que mostra algumas das perguntas respondidas. Eu mesmo já escrevi alguns posts sobre essa nova era de fazer política que está rolando nos EUA. Acredito que em breve algumas das práticas acabarão chegando aqui em Terra Brasilis.

Blog e Wiki de Peter Kim - Mídia Social nas Empresas

Sou um visitante assíduo do blog de Peter Kim. É uma excelente fonte de consulta sobre o uso de mídias sociais nas empresas, não é por acaso que ele tem milhares de seguidores em seu blog. Recomendo também o wiki criado por ele, que contém uma lista imensa de exemplos de projetos de "Social Media" implementados por empresas no mundo todo, com especial ênfase para os EUA. Vale a pena navegar e ver o que as empresas estão fazendo por aí. Não deixe de visitar o Wiki de Peter Kim.

Se você está interessado em experiências no Brasil, então recomendo o excelente Wiki do Blog Corporativo de Fabio Cipriani. O wiki tem boas referências, além de artigos e outras informações relevantes. Vale cada minuto investido.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Quando o speech não convence

Hoje, no programa da rádio Band News FM, por volta das 7 da manhã, Ricardo Boechat comentou algo que eu e um colega havíamos conversado ontem. Ele comentou a respeito das recentes declarações do Presidente Lula dizendo que a crise já havia diminuído. Boechat disse que esse tipo de comentário é muito complicado pois a realidade dos fatos não mostra isso. O Presidente soltou essa frase sem dar evidências ou dados para sustentar sua afirmação.

Nós, que no dia a dia do trabalho gerenciamos a comunicação interna e externa na empresa, temos uma preocupação enorme em tratar esse momento difícil que o mundo vive de maneira bem pragmática e realista. Estamos sempre atentos em não alavancar a crise, mas sim municiar nossos funcionários com diversos pontos de vista e informações de várias fontes, algumas mais otimistas e outras até pessimistas, mas cabe a cada um entender e tirar o próprio entendimento da crise. Essa transparência e objetividade não tira a visão otimista que nós temos internamente a respeito dos negócio das companhia. Aqui cabe uma explicação. Como companhia de TI (Tecnologia da Informação), nós da IBM entendemos que nas épocas de "cobertor curto", as empresas buscam aprimorar seus modelos de negócio, buscam também inovação e mais eficiência operacional. Nesse contexto, a tecnologia passa a ser um instrumento importante para transformação das empresas. O segmento de TI encara o atual cenário como uma tremenda oportunidade de negócio e de ajudar a sociedade a melhorar de maneira geral.

Em momentos de aperto como vivemos agora, é necessário que a liderança da empresa assuma o comando e dê a direção para os comandados. No entanto, isso deve ser feito de maneira equilibrada, onde mais do que nunca é preciso mostrar evidências que sustentem o speech e o clima que o líder está tentando construir.

Não existe nenhuma evidência que a crise tenha diminuído, portanto não é conveniente passar uma mensagem que não condiz com o que cada um de nós está lendo nos jornais. Seria mais ou menos falar para todos que o dia hoje será lindo quando você olha pela janela e vê uma chuva torrencial sob um céu negro.

Eu entendo que o Presidente Lula, como líder da nação, tem que ser ser otimista e sinalizar para o povo um cenário mais positivo e melhor que o atual. O problema todo ocorre quando ele fala sem dar evidências. É um speech que não convence.

Esse pequeno exemplo é uma lição para quem trabalha comunicação empresarial, onde muitas vezes criamos bons speechs, porém vazios de conteúdo real e palpável. Antigamente isso até dava certo, mas hoje cada pessoa está cercada de informação o tempo todo, os fatos estão a um click de cada de nós, não dá mais para falar sem mostrar.

Pegando carona no post, não posso deixar de comentar uma frase que o Presidente falou ontem. Ele disse que os problemas financeiros mundiais foram causados por "gente branca de olhos azuis". Ele falou isso numa reunião internacional repleta de gente branca de olhos azuis...
Qual foi o resultado disso? A frase foi capa de quase todos os jornais nacionais e internacionais. Todos os blogs estão comentando isso. Gerou desconforto e desgaste de imagem do Presidente. Obviamente que o Presidente falou isso de improviso e num momento de inspiração, o problema é que essa frase obscureceu todas as outras mensagens que ele passou no evento. Aqui fica outra lição. Em eventos de grande relevância nós devemos evitar o improviso. O improviso tem que ficar em salas fechadas e longe da imprensa.


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terça-feira, 24 de março de 2009

Rádio VIAPAR - A rádio na Comunicação Interna Corporativa

Como já escrevi em post anterior, eu participei do 9º. Mix de Comunicação de Aberje recentemente e um dos casos apresentados me impressionou bastante. Na verdade não era uma novidade, já que a Rádio VIAPAR ganhou em outubro de 2008 o prêmio Aberje na categoria "Comunicação e Relacionamento com o Público Interno", onde disputou com “O Boticário”, HSBC, Carrefour, Vale, Fiat e Petrobras. Ou seja, briga de cachorro grande.

Na empresa onde trabalho a gente tem discutido a implementação de uma rádio como veículo de comunicação interna. Essa discussão já leva dois anos pois a gente sempre esbarra em obstáculos que julgamos complicados. O caso da VIAPAR jogou por terra muitas das complicações que imaginávamos existir e me desafiou a repensar o projeto da rádio para a empresa.

O caso foi apresentado por Marçal Siqueira no 9o. Mix.

Se você estiver com preguiça de ler todo esse post, então vai logo pro final para não deixar de ver o excelente vídeo que mostra tuuuudo a respeito do projeto.

Quem é a VIAPAR?
A VIAPAR - Rodovias Integradas do Paraná - nasceu em 1997, como resultado da privatização de algumas rodovias do Estado do Paraná. A VIAPAR é responsável por 548 quilômetros de malha viária e a sua concessão é de 24 anos. A empresa tem seis praças de arrecadação e sete bases operacionais, sendo que seis ficam junto às praças. São 600 funcionários, cuja maioria está localizada nas praças de pedágio.

Eles tinham um desafio enorme: como criar um canal de comunicação mais efetivo do aqueles já existentes? Como endereçar os funcionários que ficam nas praças de pedágio e nas bases operacionais em turnos de 6 horas, numa operação 24 x 7 (24 horas por 7 dias) ?

Antes da implementação da rádio, a empresa já possuía veículos de informação como murais (sistema bolsão que muda semanalmente), intranet, revista bimensal e uma newsletter que é enviada toda sexta-feira com dois ou três notícias/informações importantes.

A decisão foi criar uma rádio: a Rádio VIAPAR.

Parece complicado? Difícil? Caro? Marçal Siqueira diz que não.

Foi um investimento de R$ 17 mil em hardware e software. A rádio não é transmitida pelo ar, ela é transmitida por fibra óptica (é o meio usado para o som chegar até as praças de arrecadação e bases operacionais) e o estúdio está instalado na Assessoria de Comunicação, na sede da VIAPAR. Portanto ela não é uma rádio pública e não está submetida às normas do DENTEL. A rádio não tem fins comerciais.

O resumo é: a rádio fica num computador, gerenciado por um software simples e todo conteúdo é transmitido por cabo via rede interna da empresa para as localidades.

A rádio, que funciona 24 horas, conseguiu diminuir as distâncias e dar rapidez à transmissão da informação. A programação contém muitas sessões, eis alguns exemplos: Fale com a Diretoria, em que os colaboradores enviam perguntas para serem respondidas pelos executivos da empresa; Política da Empresa, quando a empresa divulga orientações importantes; Boletins de Correspondentes; Pedidos Musicais e Entretenimento, com resumos de novelas e outros temas. Isso tudo permeado com muita música. A rádio mistura momentos de descontração com informação educativa e orientativa. É um canal de comunicação direta da diretoria com os funcionários. Os funcionários gravam vinhetas, mandam recados e colaboram na programação.

Também foi criado um estúdio móvel que vai nas localidades e faz o programa com a contribuição dos funcionários do local.

O caso ficou conhecido. Uma pesquisa interna mostrou 96% de satisfação. O projeto ganhou prêmio na Aberje, virou notícia nas revistas Você SA e Exame, além de ter sido destaque em alguns noticiários da TV, como uma matéria interessante na TV Record.

Enfim, a Rádio VIAPAR virou referência e merece ser estudada se você tem interesse em implementar um projeto de rádio em sua empresa. A experiência deles prova que um projeto de rádio precisa ser altamente colaborativo, com os funcionários participando intensamente do projeto. Ninguém quer uma rádio com mensagem corporativa burocrática e chata.

Não deixe de ver o excelente vídeo abaixo que mostra a rádio em detalhes. É um vídeo que fará você entender o projeto por completo. Acesse aqui ou veja abaixo.

Rádio VIAPAR – A Integração sempre em Primeiro Lugar



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domingo, 22 de março de 2009

O Valor das Redes Informais de Comunicação nas Empresas

O post "O aporte das redes organizacionais" no blog da Tree Branding põe uma minhoca em nossas cabeças.

Já imaginei logo a seguinte situação: E se reconstruíssemos a organização de uma empresa com base em suas redes informais de comunicação em vez de mantê-la dividida em departamentos estanques como fazemos tradicionalmente?

Parece muito ousado, né? Eu já tinha escrito um post falando desse lado "dark" das empresas, mas o post da Tree Branding é muito mais instigante.

O post diz que o mapeamento dessas redes informais poderá desvendar as dimensões chaves da comunicação organizacional dentro da empresa. Vão aparecer redes de:
COOPERAÇÃO - quem troca informação com quem;
CONFIANÇA - quem pede conselhos a quem;
INOVAÇÃO - como é fluxo de troca de novas ideias;
MOTIVAÇÃO - quem são os colaboradores que estimulam e motivam.

Depois fala em identificarmos o perfil desses colaboradores dentro dessas redes informais. Vão surgir os "expert brokers", os gargalos, os periféricos sub-utilizados e outros.

Enfim, achei esse post o máximo e viajei nos conceitos.

Como já escrevi várias vezes nesse blog, na IBM, onde eu trabalho, nós temos liberdade absoluta na criação e uso de blogs, wikis e redes sociais, internas e externas. Esse ambiente interno da IBM ajuda a identificarmos algumas redes informais de comunicação pois muitas delas florescem nos blogs e wikis internos. Eu tentei aplicar os conceitos descritos pela Tree Branding em algumas redes informais que acredito existirem na IBM Brasil e tenho que confessar que os conceitos funcionam sim. Isso tudo está me inspirando a pensar numa nova abordagem estratégica dentro do meu trabalho. Como gestor de comunicação da IBM Brasil, eu vivo o desafio constante de tentar gerir esse mundo virtual, alavacando o capital intectual, motivando pessoas e gerando valor para os objetivos empresariais.

Já estou pensando em analisar algumas das redes informais internas de comunicação, entender sua dimensão e mapear os perfis dos principais participantes e líderes. Saber entender o perfil de cada um vai me ajudar a descobrir quem são os reais líderes, os reverberadores, os motivadores, os "expert brokers" (adorei isso!!), etc. Com esse mapa na mão eu terei a capacidade de identificar aqueles que poderão se integrar na nossa máquina de comunicação interna, se tornando agentes influenciadores e até líderes na transmissão das principais mensagens da empresa. Enfim, já estou cheio de ideias.

Não deixe de ler o post no blog da Tree Branding. Aliás, vale muuuito a pena navegar por todo blog, tem muita coisa interessante.

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quinta-feira, 19 de março de 2009

Mídias Sociais nas Empresas - Vale a pena medir?

Sinto muito para quem está lendo esse post, mas eu não tenho a resposta para a pergunta acima. Tenho apenas um ponto de vista.

No 9o. Mix de Comunicação da ABERJE eu falei sobre a minha experiência na implementação de mídias sociais na IBM, quando muitos dos conceitos apresentados já foram falados num post passado chamado "Redes Virtuais nas Empresas". Na IBM todos os funcionários têm liberdade e incentivo para criar e usar mídias sociais como blogs, wikis e redes sociais. Uma condição importante para esse ambiente é a existência de um manual para uso de mídias sociais.

No painel de debate do evento da Aberje alguém me perguntou sobre métricas: Como medir mídias sociais numa empresa onde qualquer funcionário pode criar blogs, wikis e rede sociais quando bem entender? A minha resposta foi decepcionante para a maioria. Eu respondi que não temos métricas.

Aqui cabe um esclarecimento importante. A pergunta dizia respeito ao uso de mídias sociais como ferramenta de comunicação dentro da empresa. Já a minha resposta tinha um outro contexto, considerando que a IBM não vê as ferramentas de web 2.0 (incluindo mídias sociais) apenas como ferramentas de comunicação, mas sim como ferramentas de produtividade e colaboração, muitas delas integradas aos nossos processos de negócio. Eu acho que esse posicionamento é diferente do que a maioria das empresas pensa de blogs, wikis e redes sociais.

Obviamente que nós acompanhamos o número de blogs e wikis criados internamente, aqueles que desaparecem, mas não existe controle, objetivos ou metas. Ter uma visão básica do uso dessas ferramentas é importante e saudável, porém com foco no planejamento e ajustes, não em controle. Encaramos a liberdade de uso das mídias sociais como uma evolução natural do ambiente moderno de trabalho e relacionamento, portanto é algo que tem que ser incentivado e experimentado, não controlado. Exageradamente falando, é quase a mesma coisa que o provimento de outras ferramentas básicas de trabalho, como computador, telefone e material de escritório.

Esse cenário sugere a percepção de um ambiente caótico, onde qualquer um cria o que quer, fala o que quer e sem controle. Até certo ponto isso é verdade, mas a maior verdade é que a comunidade se auto-regula. O que quero dizer é que o conteúdo, efetividade e credibilidade dos blogs e wikis é que vão determinar a sua sobrevivência, crescimento e perenidade. É um processo natural de amadurecimento. Ou seja, não precisa de controle. A própria utilização das ferramentas de mídias sociais, no dia a dia, vai determinar o que vai dar certo e amadurecer e o que vai desaparecer.

Esse tipo de ambiente de trabalho só vai dar certo em empresas com forte foco em colaboração e quebra de hierarquia. Precisam ser empresas que acreditam que a inovação vem da contribuição dos funcionários, independentemente de onde eles estejam na organização, que confiam na maturidade de seus colaboradores e na cumplicidade deles com o sucesso da empresa. As empresas que não acreditam nisso vão criar muitas barreiras para implementação desse tipo de ambiente, especialmente com a velha paranóia do controle da informação e da confidencialidade.

Enfim, essa é uma discussão longa pois estamos todos ainda aprendendo de como lidar com tudo isso.

Agora uma questão final importante. Se sua empresa pensa em implementar mídias sociais com foco exclusivo na comunicação interna ou externa, aí eu acho relevante estabelecer métricas para medir a efetividade desses novos canais de comunicação. Mas isso merece um outro post.

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quinta-feira, 12 de março de 2009

Dez razões para sua Empresa aderir às Redes Sociais

As razões abaixo têm por base os 5 Cs da Comunicação Moderna :

1- ACESSO FÁCIL E RÁPIDO AO CONHECIMENTO
Uma rede social permite aos usuários listar suas habilidades, experiências e capacidades. Esse conhecimento distribuído dentro da empresa é mais facilmente localizado, favorecendo imensamente as organizações globais e multidivisionais onde o conhecimento está disperso e escondido pela hierarquia complexa.

2- O SER HUMANO ADORA REDE SOCIAL
Os brasileiros adoram conversar. Somos campeões de Orkut, de acesso à internet e na utilização de mídias sociais virtuais. Portanto, os funcionários das empresas já usam e abusam das redes sociais em suas casas. Eles adoram isso, chegam em casa e já vão direto para o computador acessar suas redes e seus contatos para trocar idéias. Por que não trazer esse hábito já existente para dentro da empresa?

3- A INOVAÇÃO APARECE
O ambiente aberto e colaborativo permite às pessoas, independentemente de suas posições dentro da empresa, expor suas idéias, feedback e comentários, que por mais aleatórios que possam parecer, certamente oferecerão um ponto de vista diferente do que o comando da empresa está acostumado. Muitas empresas delegam a “tal” da inovação ao “departamento de pesquisa e desenvolvimento” quando, na verdade, a inovação está em cada funcionário da empresa, dispersa e desconhecida. Veja aqui.

4- QUEBRA DA BARREIRA GEOGRÁFICA
Uma rede social virtual permite o relacionamento de pessoas que estão distantes fisicamente, em locais com fusos horários distintos e idiomas diversos. Essa característica é particularmente importante para as empresas globais. A introdução de uma rede social num ambiente de trabalho como esse traz vantagens significativas.

5- QUEBRA DA BARREIRA HIERÁRQUICA
Uma rede social bem implementada permite a expansão dos relacionamentos de pessoas de diferentes departamentos internos, onde muitas vezes a organização hierárquica formal se transforma numa barreira. Conhecer e se relacionar com pessoas de outras estruturas organizacionais é uma dificuldade nas empresas, tal situação inibe a criação de times multifuncionais que é o modelo cada vez mais praticado pelas organizações modernas. Em resumo, a rede social quebra barreiras e aproxima pessoas.

6- COMUNICAÇÃO DIRETA SEM INTERMEDIÁRIOS
Uma rede social estabelece um canal de diálogo direto entre comandantes e comandados, sem intermediários. É chance do presidente e do time executivo estabelecerem contato com os funcionários, sentir o clima da tropa e descobrir o que anda sendo conversado nos cafezinhos.

7- IDENTIDADE PESSOAL
A rede social permite que o funcionário crie a sua marca, a sua identidade e como ele deseja ser conhecido na empresa. Essa identidade pessoal pode ser criada a partir das próprias atividades que o funcionário exerce na rede social, pelos seus relacionamentos e pela sua capacidade de expor seu conhecimento, idéias e propostas.

8- REFERÊNCIAS
Uma rede colaborativa é pródiga em referências e testemunhos, o que é muito útil no dia a dia das empresas. Aliás, em todos os trabalhos que vivi, a identificação de referências sempre foi uma dificuldade muito grande. Uma rede social facilita essa exposição e até incentiva o compartilhamento de experiências. E fica lá tudinho registrado.

9- POLÍTICA DE PORTAS ABERTAS
A implementação de redes sociais nas empresas é sinônimo de transparência e portas abertas. As pessoas gostam e precisam disso. Essa liberdade é valorizada nos dias atuais, especialmente pela geração Y que considera essencial viver e trabalhar num ambiente com facilidades de troca de idéias e opiniões.

10- TECNOLOGIA SIMPLES E FÁCIL
Já passou o tempo em que a implementação de uma rede social era coisa complicada. Agora qualquer empresa pode fazer uso de ferramentas como o Blogger ou o Ning para implementar uma rede. E de graça. Qualquer pessoa sem experiência consegue fazer isso sem dificuldade. E não tem exigência de plataformas de tecnologia de hardware e software sofisticadas. Enfim, a tecnologia não é mais desculpa.

Minha experiência na IBM mostra claramente que as redes sociais trazem mais produtividade e inovação para empresa, além de mais satisfação e desenvolvimento para os funcionários. Para as empresas que trabalham com times remotos e/ou multifuncionais, não existe nada melhor do que uma solução de rede social. Ela se torna ainda mais especial se tais times estão localizados em locais diferentes, com diferenças de fuso horário e até culturas diferentes. Nesse cenário, a rede social é imbatível como ferramenta de colaboração pois se transforma numa sala de reunião virtual ligada 24hs por dia, democrática e colaborativa. Todas as conversas e interações ficam registradas. Ninguém perde nada.

A implementação de redes sociais nas empresas vai intensificar a colaboração e os relacionamentos que já existem dentro das empresas, afinal o compartilhamento de opiniões, idéias e percepções já acontece diariamente nos corredores e "cafezinhos" das empresas. Ou seja, as pessoas falam e se relacionam minuto a minuto durante o trabalho, portanto a colaboração entre elas já existe. A questão é que, na maioria das vezes, esses momentos de colaboração não ficam registrados em lugar nenhum. Muitas idéias e conceitos inovadores ficam pedidos nos “corredores da vida” das empresas. Uma rede social poderia permitir o registro e continuidade de muitas dessas idéias, comentários e percepções. Por trás disso tudo tem o medo das empresas perderem o controle da informação. Eu já até escrevi um post sobre, veja mais aqui.

E se tudo que foi dito não basta, fique sabendo que o seu concorrente já está fazendo isso. Você vai deixar ele passar a sua frente?

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sábado, 7 de março de 2009

The Next Big Thing - Uma nova e móvel internet

Uma matéria da Business Week dessa semana (edição de 9/03/2009) é imperdível e assustadora. Um resumo da matéria está na businessweek.com , mas a edição impressa está melhor pois tem a matéria completa e mapas que ilustram muito bem a principal mensagem. O artigo chamado “The Next Net”, assinado por Stephen Baker, fala sobre uma nova indústria ou serviço que vai revolucionar as nossas vidas.

O celular trouxe conectividade total para as pessoas, provendo comunicação móvel de qualidade e criando, na prática, uma identificação individual para cada indivíduo. Ou seja, globalmente, cada indivíduo tem um número de celular diferente, incluindo os códigos de país e cidade.

Agora imagine se conseguíssemos acompanhar, num mapa, o movimento do celular de uma pessoa ao longo do dia. Considerando que a pessoa carrega o celular consigo durante todo o tempo, tal mapeamento (tal qual um dispositivo GPS) daria um registro completo da andança daquela pessoa naquele dia: a ida ao supermercado, o caminho para o trabalho, as lojas percorridas, quanto tempo passou em cada local, etc. Agora pense esse mesmo registro sendo feito para milhares ou milhões de pessoas simultaneamente.

Parece sonho ou ficção científica, mas não é. A tecnologia atual já permite isso. A matéria fala sobre essa nascente indústria de serviço onde a Google (sempre ela...) e a Nokia já estão trabalhando.

Em resumo, o conceito é simples: mapear os movimentos e comportamento de milhões de celulares e vender isso para empresas.

Imagine...
- o que as empresas poderiam fazer com esse conhecimento nas mãos?
- a capacidade que as empresas teriam para aprender mais sobre seus clientes, costumes e padrões de comportamento;
- os novos bens e serviços que poderiam ser criados para atender essa nova demanda que vai surgir;
- a capacidade que as empresas teriam para identificar novos clientes.

Em cima disso tem a velha questão da privacidade. É ético ter alguém acompanhando seus passos durante 24hs por dia?

O fato é que esse tipo de serviço vai prover um nível de conhecimento da sociedade que nunca se viu antes. O Google hoje, através de seu mecanismo de busca, já consegue dissecar o comportamento dos internautas que passam pelos seus sistemas, quais “sites” ele visitam e quais links eles têm pendurados em seus blogs e redes sociais. Com esse conhecimento o Google já consegue desenvolver um mapa de influência e relevância de bilhões de “web sites”. Esse é o coração do negócio do Google e base para seus negócios de venda de “advertising”. Agora, pegue esse cenário e propague para o mundo todo, onde o mesmo tipo de mapeamento passa a ser feito em função do tráfego e uso de cada celular. Pense num mapa geográfico “vivo”, cheio de pontinhos coloridos caracterizando concentrações de pessoas de padrões de comportamento iguais e distintos. Será possível ver diferentes tribos, “clusters” que crescem numa determinada hora do dia ao redor de um restaurante ou loja.

Vale a pena ler o artigo da edição impressa da Business Week para entender a revolução que vem por aí. Se não conseguir a revista impressa, não deixe de ver aqui o resumo da matéria na edição online da revista. Também tem um vídeo muito bacana aqui de 2 min que explica essa “nova net”.

Eles dizem que não querem criar mapas de cada indivíduo, mas sim identificar grupos com padrões de comportamentos similares.

A matéria na edição impressa termina com uma pergunta de difícil resposta: “Você acharia legal se o seu chefe pudesse saber onde você está durante todo o dia através de um software tipo GPS instalado em seu telefone celular?” Estamos indo para esse mundo. E isso não vale só para o trabalho não. Chegaremos em breve a um ponto onde o seu telefone celular poderá mapear onde estão os celulares dos seus principais familiares, denunciando onde cada pessoa está fisicamente e o que, possivelmente, está fazendo. Enfim, a ficção científica está batendo às portas do nosso mundo real.

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quarta-feira, 4 de março de 2009

O uso de TV na Comunicação Interna

Desde 2006 que nós usamos na IBM um sistema de TV como ferramenta de comunicação interna. Vale alertar que não é o sistema de TV usado por muitas empresas para treinamento ou comunicação do executivo com toda a população. Essa fórmula é usada, por exemplo, na Magazine Luiza, onde todos os empregados, num determinado dia e hora, se colocam na frente das inúmeras TVs espalhadas pelas instalações da empresa para ouvir uma mensagem executiva.

Nossas primeiras TVs foram colocadas nos elevadores do prédio de Tutóia e rapidamente se tornaram uma preciosa fonte de informação. Basicamente a tela da TV se divide em duas partes: 2/3 é ocupada com notícias IBM e 1/3 com notícias e índices de mercado. O serviço fornecido por um provedor externo inclui toda a parte técnica e o provimento das notícias externas. Todas as notícias internas são produzidas pelo grupo de comunicação da IBM, que faz um serviço brilhante, impecável e insano. Eu digo insano pois uma ferramenta como a TV no elevador, num edifício com 3 mil trabalhadores, mais um número considerável de visitantes e circulantes, exige uma grade atualizada diariamente, atrativa, muito bem escrita e com equilíbrio de informações. Enfim, a experiência tem sido maravilhosa e hoje temos TVs espalhadas em quatro instalações da empresa: edifícios de Tutóia e Água Branca em São Paulo, em Hortolândia e no Rio de Janeiro.

No prédio de Tutóia, em São Paulo, de 20 andares, temos TVs de 13 polegadas nos elevadores. Já em Hortolândia, onde a planta predial é horizontal (apenas um andar – são vários prédios conectados por corredores – é uma ex-fábrica), optamos por colocar TVs de 42 polegadas nos principais pontos de circulação. São mais de sete mil pessoas trabalhando diariamente na IBM Hortolândia.

Essa diferença de necessidades exige fórmulas completamente diferentes de operar e produzir as grades. Uma coisa é produzir para TVs pequenas onde as pessoas estão dentro de um elevador por instantes, outra coisa é produzir para TVs de tela grande, onde as pessoas estão nos corredores e param para ver as notícias, sem pressão de tempo. Além disso, é importante levar em conta que a grade deve atender à exigências locais, ou seja, a grade de assuntos de Hortolândia precisa atingir um perfil de público diferente do que encontramos no prédio da IBM em Tutóia. Por causa disso, o time de comunicação da IBM gerencia grades diferentes, com periodicidade de atualizações e notícias diferentes para cada uma das localidades em que se encontram as TVs. A customização é tanta que, no caso de Hortolândia, é possível direcionar um assunto específico para uma única TV, atendendo apenas a um grupo de profissionais.

Esse é um aprendizado que temos desenvolvido no dia a dia, mas já aprendemos algumas coisas ao usar as TVs:

- As notícias devem ser curtas e objetivas;

- Devemos usar efeitos de movimento e cores. A TV exige algo dinâmico e atraente;

- A TV favorece notícias sobre pessoas pois todos gostam de ver seus amigos e colegas na TV;

- Uso intenso de fotografias e vídeos;

- Atualização constante da grade pois notícia velha mata qualquer veículo. No caso de Hortolândia, a atualização é diária;

- Atualização da grade exige disciplina, portanto um sistema gerencial para coleta e seleção das notícias é condição básica para o sucesso do projeto.

Em resumo, a TV não é o velho mural que colocamos nas paredes. É algo vivo que tem que ter dinamismo. O formato de apresentação é tão importante quanto o conteúdo.

E o que é melhor, TV ou Mural ? A TV substitui o Mural? Esses são temas para outro post.

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