sábado, 13 de setembro de 2008

Nativos Digitais

Nos dias 9 e 10/09/2008 rolou o IBM Fórum no WTC Hotel em Sampa.
O evento foi espetacular e teve a presença de mais de 1.100 clientes e 300 parceiros de negócios.
Um dos grandes momentos foi a apresentação de Jean Paul Jacob, pesquisador emérito que trabalha no Centro de Pesquisas da IBM em Almaden, Califórnia.
Na sua apresentação, chamada “A invasão dos mundos digitais”, ele falou muito sobre a nova geração. Ele chamou os jovens de hoje de “NATIVOS DIGITAIS”, pois são fanáticos em relacionamento, já nasceram no mundo virtual e no meio de computadores. Para ilustrar, JP disse que para a geração mais velha, onde eu me incluo, vizinhos são aqueles entes físicos que moram ao lado de sua casa. Já para os nativos digitais, vizinhos são aquelas pessoas que têm interesse comum e que estão sempre se falando no mundo virtual. Enfim, o aspecto físico passa a ser irrelevante.
Depois do JP, veio uma outra excelente apresentação de Tadeu Viana, Diretor Técnico da Siemens. Ela também falou sobre essa nova geração, só que chamou-a de “Jovens Convergentes”. Ele colocou pimenta na discussão desafiando a platéia com a seguinte pergunta: “-- O ambiente das empresas hoje é atrativo e inovador?” Na verdade, a pergunta dele poderia ser: “-- Será que as empresas estão sabendo trabalhar, desenvolver e tirar todo o potencial dessa nova geração?” Está claro que não. E apresentou um quadro muito interessante onde descreve as características dos “jovens convergentes”:
- Manuseiam vários assuntos ao mesmo tempo (exemplo: sites de relacionamento);
- Tomam decisões extremamente rápidas (exemplo: jogos online);
- São avessos a soluções proprietárias (exemplo: internet);
- Conectam-se a qualquer hora e em qualquer lugar (exemplo: internet);
- Dão importância à informação em si, e não ao meio pelo qual ele transita;
- São autodidatas, buscam interfaces intuitivas de uso.

Todos nós sabemos disso, mas quando ele coloca todas essas características juntas na mesma bandeja, fica claro que estamos diante de uma grande transformação da sociedade e do mundo corporativo. Na mesma hora pensei na IBM Brasil, onde 50% da população têm menos de 30 anos de idade.
Enfim, saí das palestras com duas sensações. A primeira, mais contundente e dura, talvez rigorosa demais, é que fazemos comunicação da idade da pedra nas empresas, inclusive na IBM. A segunda, mais esperançosa e motivadora, é que saí cheio de idéias.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi, Mauro! Tô lendo aos pouquinhos e nem preciso dizer que prá uma viciada em informação, tô adoraaando o seu blóoog! rsrsrs
Veja só o que fiquei pensando após ler esse seu post:

Qdo vc cita a pergunta do executivo da Siemens - “O ambiente das empresas hoje é atrativo e inovador?”. E vc diz que na verdade a pergunta dele poderia ser: “-- Será que as empresas estão sabendo trabalhar, desenvolver e tirar todo o potencial dessa nova geração?” Eu tb penso que não!!!

Essa semana eu li sobre Modelos Mentais. E aprendi um monte de coisas legais, como por exemplo, que a maior parte do tempo estamos presos às velhas fórmulas por estarmos presos aos nossos modelos mentais. Aquele conjunto de informações que por analogia seu cérebro ao identificar já sinaliza como sendo a realidade tal.
Então, ao ler sobre os Nativos Digitais, fiquei pensando se um bom caminho prá aprender a trabalhar melhor e explorar mais o potencial dessa nova geração, não seria entender mais sobre seus modelos mentais.

O conjunto de modelos mentais comuns a um grupo, pode ser considerado como aquilo que chamamos de senso comum. Concorda? Acompanha meu raciocínio... Se sua empresa hj tem 50% de funcionários da geração Y (usando o exemplo da IBM), isso significa q alguns modelos mentais desse grupo são muito diferentes de alguns modelos mentais (poderia dizer senso comum) dos outros 50%. Esse conflito pode gerar um entrave ou lentidão na troca de informações, fluxo de idéias etc..., e a vida corporativa pode ficar enfadonha, pouco estimulante, limitadora e por aí vai... toda problemática que envolve o tema.
Então, será que um bom exercício não seria testar um processo de nivelamento dos modelos mentais entre essas gerações?... Sei lá, imagina um exemplo bobo (que, talvez, não se aplique à IBM): 'fulano' é de um tempo em que reunião de staff faz pensar em passagem aérea, verba de taxi, hotel, etc, etc..., 'beltrano' qdo ouve falar em reunião de staff pensa em vídeo-conferência, 'sicrano' pensa em Microsoft Office Communicator, conectado com webcam, sem sapato e os pés relaxados debaixo da mesa. Veja só, modelos mentais diferentes, referências diferentes, contextos e influências recebidas e absorvidas de formas diferentes.
Enfim, se as trocas entre X e Y, velho e novo, forem misturadas, expandidas e alternadas conforme a necessidade, o que acontece? O modelo mental começa a ser expandido/modificado e reunião de staff NÃO é mais sinômino de passagem aérea, vídeo-conferência ou qlqr outra ferramenta... Reunião de satff passa ser qlqr coisa que atenda a minha necessidade naquele momento. Quebrou-se um pequeno paradigma!! Abriu-se ambiente fértil para inovação. Qdo isso realmente é absorvido pela organização, até reunião no banheiro passa a ser normal, desde que faça sentido para o que se propõe. Não tem modelo mental que entrave.
Fico pensando que se da quebra de modelos mentais, não se passa rapidamente para uma abertura nas escolhas e logo, por consequência, a um clima encorajador às inovações. Portanto, me fez pensar que gerações à parte, seguindo esse raciocínio, um ambiente atrativo e inovador deve ter como base estimuladora a quebra de paradigmas, ou seja, o abandono de modelos metais... Sendo gerações A, B, X, Y ou Z (não gosto muito dessas categorizações.), se estimulados à abandonar suas fórmulas, fica mais fácil criar congecturas e novos cenários, e assim se aproximar de novas possibilidades nunca pensadas.. E elas, muitas e muitas vezes podem gerar GRANDES inovações!

Beijooos...
Cris

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